Dois diamantes num só. O diamante encontrado é a primeira pedra preciosa deste tipo na história da extração de diamantes e não tem análogos no mundo.
O diamante, “grávido” de outro diamante, foi encontrado em Iacútia, no Extremo Oriente da Rússia. A gema é composta por dois diamantes: um de maior dimensão, com uma cavidade interna onde uma pedra mais pequena se desenvolveu de forma completamente autónoma.
Segundo a Bloomberg, é possível que o diamante mais pequeno se esteja a mover no interior da outra pedra preciosa. No entanto, só é possível observar o movimento ao microscópio, uma vez que o diamante maior mede menos de cinco milímetros, enquanto que o mais pequeno não chega a dois milímetros.
A descoberta foi registada pela empresa estatal de mineralogia Alrosa PJSC, que batizou o diamante duplo de Matrioska, em referência às tradicionais bonecas russas.
A idade de pedra está estimada em cerca de 800 milhões de anos. Pesa 0,124 gramas e tem o tamanho de 4,8×4,9×2,8 milímetros. No entanto, os especialistas ainda não sabem quanto pode valer esta preciosidade.
“O mais interessante é entender como se formou uma bolha de ar entre os dois diamantes”, disse o diretor adjunto da Alrosa PJSC, Oleg Kovalchuk, ao jornal russo Komsomolskaya Pravda.
O especialista adiantou duas hipóteses: “durante o crescimento, o diamante pode ter sido capturado pelo mineral do manto, que mais tarde foi dissolvido na superfície terrestre”, ou, de acordo com a segunda hipótese, “devido ao crescimento ultrarrápido dentro do diamante, formou-se uma camada de substância diamantífera policristalina porosa, que foi posteriormente dissolvida por outros processos mais agressivos do manto”.
O diamante duplo é, na avaliação do especialista, “uma criação única da natureza“.
A empresa russa deve enviar agora o diamante duplo para o Instituo Gemológico dos Estados Unidos para análises mais aprofundadas, já que não há registo de uma descoberta semelhante na história da mineralogia de diamantes.