Dia 1 do governo marcado pelas diferenças que dividem a Esquerda

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(dr) PSocialista / Flickr

O líder do Partido Socialista, António Costa

O líder do Partido Socialista, António Costa

O primeiro dia do novo governo socialista fica marcado pelo adiamento de várias votações, que ilustram as divergências à Esquerda. Sobretaxa do IRS, salários da Função Pública e concessões dos transportes dividem PS, Bloco de Esquerda e Partido Comunista.

As divergências entre PS, BE, PCP e Os Verdes nas questões da reposição dos cortes salariais, da eliminação da sobretaxa e da subconcessão dos transportes públicos de Lisboa e do Porto eram já visíveis antes da tomada de posse do novo governo, mas são agora claramente assumidas com o adiamento das votações dos diplomas apresentados no Parlamento em torno destas matérias.

Estas temáticas vão descer à Comissão Parlamentar especializada, na qual as divergências serão afinadas na expectativa de um entendimento.

Na discussão em plenário na quinta-feira, o deputado socialista João Galamba admitiu as “diferenças” entre as Esquerdas, mas também notou que tanto PS, como PCP e BE concordam que “a recuperação é fundamental para a economia”.

Já a bloquista Mariana Mortágua salientou que estas matérias serão abordadas “com espírito construtivo” e com vista a “encontrar os pontos comuns”.

Admite-se assim, que haja cedências de parte a parte, mas o acordo com vista a passar os diplomas no Parlamento não será fácil de obter.

Sobretaxa de IRS dependente dos valores do Fisco

A proposta dos socialistas que está em cima da mesa propõe baixar a sobretaxa para metade em 2016, passando de 3,5% para 1,75%, e eliminá-la definitivamente em 2017. BE e PCP são pela eliminação imediata da sobretaxa já no próximo ano.

Os partidos vão discutir a medida com mais detalhe e tendo por referência os valores da colecta da Autoridade Tributária por escalões de rendimento, admitindo-se que cheguem a um consenso algures no meio das três posições.

Os quatro partidos da esquerda apresentaram diplomas no âmbito dos processos de subconcessão da Carris Metro de Lisboa, da STCP e da Metro do Porto assinados pelo anterior governo.

Neste caso, a principal divergência é quanto à forma como anular estas subconcessões, seja com uma “revogação”, uma “reversão” ou um “cancelamento”.

O ritmo de reposição dos cortes salariais da Função Pública é outro assunto ainda sem entendimento à esquerda, tal como a Contribuição Extraordinária de Solidariedade para as pensões mais elevadas e o prolongamento das Contribuições Extraordinárias sobre os sectores da Banca, da Energia e das Farmacêuticas.

SV, ZAP

20 Comments

    • Bem, a sobretaxa do IRS já foi chutado para 2017… É claro que o resto não convinha discussão aberta em sede de parlamento mas sim baixar à comissão de especialidade… Não acompanharemos a discussão entre eles! É como convém! Os sapos estão alinhados, resta saber quem mais os vai engolir!
      Mais de dois pelotões de profissionais da política em “conversas” à volta de 4 “bíblias” programáticas.

  1. Ora cá está!
    Parece-me que a unica coisa em que a esquerda esteve/está verdadeiramente de acordo é que tinha de deitar abaixo o governo!
    Como governar o pais de forma a que não se percam todos os sacrifícios que tivemos que fazer durante os últimos anos já é uma questão completamente diferente!
    Os “sólidos” acordos que foram assinados vão começar a rebentar por todos os lados e infelizmente quem paga são sempre os mesmos ou seja o povo!
    Sim Sr.António Costa, quem vai pagar a fatura do acordo que o Sr. inventou para não ser corrido da direção do PS não são os ricos!
    … espero que o PS consiga ao menos aprovar o orçamento para 2016!

  2. Quanto a mim vai haver acordo passo a passo assunto a assunto. Não vejo problema nenhum nisso. Coisa diferente é o papel da cs e dos “comentadores” políticos sempre a opinar é a nunca conseguirem acertar uma pq daqui pra frente tudo vai ser imprevisível. Que chatice, n é?

    • E a imprevisibilidade é tão boa não é?!
      O que todos precisamos é MUITA IMPREVISIBILIDADE!
      Pena, o partido da imprevisibilidade não ter ganho as eleições…
      Maior pena ainda, quem nos empresta os €€€ para brincarmos aos ricos não gosta mesmo nada de imprevisibilidade…

  3. Agora é que se vai começar a ver “o rego” a estes tipos! Isto vai ser bonito vai. É que gerir Lisboa não gerir Portugal e nós precisamoS de gente séria. Como vão arranjar dinheiro para isto

  4. É saudável que haja discussão sobre o presente e o futuro,do país e dos nossos descendentes,mas mais saudável seria se esclarecessem os negócios do BPN,o banco de portugal meteu lá 500 M€ e uns meses depois vendeu-o por 42M€, a EDP os valores que os compradores (chineses) receberam das acções passado uns meses de a terem comprado foi muito superior ao investimento inicial, a TAP,negócio milagroso,investiram 10 M€ e já estão a vender uma pequena parte do património (oficinas e sede) por 140M€.Expliquem estes e outros negócios que têm de-lapidado o País e os trabalhadores contribuintes pobres, que pagam e não “bufam”porque não são protegidos nem sabem fugir aos impostos

  5. Tanto patriota, tanta gente preocupada; governantes de “bancada” não faltam.
    Temos um governo legitimo, por muito que custe a engolir a alguns, e os entendimentos vão surgir concerteza acompanhados com novas formas de encarar a politica e de a aplicar.

  6. Governo de secretaria quer o Sr. Dizer porque para termos um sistema Parlamentarista teriamos que obrigatoriamente ter que escolher os candidatos a deputados do nosso distrito para podermos pedir responsabilidades, agora como está vou pedir responsabilidades a um qualquer toto de Lisboa ou Braga pela responsabilidade referente a zona de leiria. Este País está louco defende-se quem é corrupto mesmo com envidências irrefutaveis e manda-se abaixo o pobre povo trabalhador e pobre

  7. Esta gente estava habituada a ser sempre governada pela direita embora os votos da maioria fossem à esquerda.
    A falta de entendimento da esquerda era-lhes favorável e dava-lhes muito jeito, mas acabou. Conformem-se!
    Os entendimentos à esquerda já são possíveis e vieram para ficar! Assim é que deve ser e é bonito.
    Quando a direita tiver a maioria que governe.
    Queremos democracia ou não queremos democracia?

  8. O Vasco claro que é tudo farinha do mesmo saco pois quem manda no Pais são outros, no parlamento apenas existem fantoches seja de um ou de outro partido, e para quem por aqui tem duvidas veja este video .
    facebook.com/Human2Pet.pt/videos/578826042204710/

  9. O casamento a curto prazo tem os dias contados.
    Temos um governo minoritário com 17 ministros e 41 secretários de estado, que o Povo paga.

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