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Mais de dez milhões de pessoas já pediram ajuda por vício de jogo

Mais de dez milhões de adultos a nível global pediram ajuda a amigos, a familiares e a profissionais de saúde para tratar dos problemas de vício de jogo, segundo um novo estudo.

Um em cada 400 adultos em algum ponto da sua vida precisou de pedir ajuda, revelou a investigação, que compila os resultados de 24 estudos internacionais, publicados recentemente publicados na Addiction. Em Portugal há quase 30 mil pessoas com problemas de dependência de jogo.

“Os problemas de jogo variam entre países, sobretudo consoante o acesso a estes produtos. Se as oportunidades de jogar estão generalizadas, os problemas de jogo também estão mais presentes. O jogo online aumentou rapidamente nos últimos anos e isso também poderá ter resultado num aumento dos problemas de vício”, disse Simone Rodda, investigadora da Universidade Deakin (Austrália).

Segundo a psicóloga, citada pelo Público, o efeito de retribuição imediata é um dos principais gatilhos. “Onde há máquinas de jogo (como as slots nos casinos) há maiores taxas de problemas de dependência. A chave é a rapidez da aposta – e as máquinas permitem uma aposta a cada dez segundos, o que cria um envolvimento muito grande”, explicou.

“As pessoas nunca sabem quando vão ganhar e isso torna mais fácil desenvolverem problemas e criarem dependência”, referiu, alertando que “a procura de ajuda é um processo complexo. Ainda sabemos muito pouco sobre como as pessoas tomam a decisão de falar com alguém ou o que as leva a agir sobre o problema”.

Os resultados da sua pesquisa mostram que o pedido de ajuda é feito, normalmente, pelas pessoas que têm problemas de dependência mais graves.

Em Portugal, até 31 de março deste ano encontravam-se auto-excluídos da prática de jogos e apostas online quase 120 mil jogadores registados. No caso de jogos sociais, como as “raspadinhas”, ainda não existem mecanismos de auto-exclusão no país.

O relatório de 2020 da Santa Casa da Misericórdia, revelou que os portugueses gastaram aproximadamente 4 milhões de euros por dia em jogos como a “raspadinha”, procurada sobretudo por pessoas de classe baixa e média baixa.

ZAP //

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