A Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE), no Brasil, informou na segunda-feira que interrompeu o funcionamento de uma estação de tratamento de água que serve nove milhões de pessoas após ter detetado a presença de um detergente.
“A CEDAE paralisou hoje [segunda-feira] a produção de água da estação de tratamento de Guandu para garantir a segurança hídrica do sistema. Foi identificada a presença de surfactantes (um tipo de detergente) na água que chega à ETA [estação de tratamento de água]”, anunciou a companhia no Twitter, citado pela agência Lusa.
A estação de tratamento de água do Guandu atende os municípios de Nilópolis, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Belford Roxo, São João de Meriti, Itaguaí, Queimados e Rio de Janeiro, abastecendo uma população de nove milhões de pessoas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
A ETA de Guandu foi incluída no Livro dos Recordes do Guinness como a maior estação de tratamento de água do mundo em produção contínua. Ainda de acordo com a CEDAE, técnicos irão garantir a monitorização da captação de água “até que a concentração dessas substâncias não represente risco à operação”.
“As comportas da entrada do canal principal da estação de Guandu foram fechadas”, acrescentou a companhia, frisando que a decisão foi tomada para garantir a segurança hídrica das regiões atendidas pelo sistema.
Segundo a empresa, o material detetado através de análises laboratoriais “foi arrastado pelas fortes chuvas registadas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro desde a noite do último domingo”. Questionada pela imprensa local, a CEDAE declarou que ainda não tem um prazo para o problema ser solucionado e que considera prematuro dizer se os consumidores precisarão de economizar água.
Desde o início do ano que moradores do Rio de Janeiro exigem às autoridades uma solução para o problema do mau sabor, cheiro forte e coloração incomum na água que sai da torneira das casas em dezenas de bairros.
Os moradores recorrem às redes sociais para mostrar copos com água avermelhada ou acastanhada que sai das torneiras e chuveiros há dezenas de dias. Os problemas relatados levaram a CEDAE a demitir, em 15 de janeiro, o chefe da estação de tratamento de água de Guandu.
A CEDAE atribuiu o problema da alteração da cor a uma substância chamada geosmina que, segundo a empresa, provocou as mudanças na água, acrescentando que se trata de uma substância orgânica produzida por algas e não representa nenhum risco à saúde dos consumidores.
// Lusa