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Eugenia sonha fazer chover no deserto do Sahara (e já tem um plano)

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O deserto do Sahara está a expandir-se, uma tendência que se tem verificado, pelo menos, há um século. Apesar de ser um fenómeno aparentemente impossível de parar, nada impediu um grupo de cientistas de sonhar com uma solução.

A solução proposta baseia-se num grande esquema que envolve cobrir vastas áreas do deserto do Sahara com painéis solares e moinhos de vento.

Eugenia Kalnay, cientista atmosférica da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, pensa nesta ideia há já uma década. O artigo científico foi publicado no dia 7 de setembro na revista Science.

O seu conselheiro académico no MIT, Jule Charney foi um dos primeiros a descrever o ciclo vicioso que pode levar à desertificação. Com a seca, a vegetação verde desaparece e a sujeira clara que permanece reflete mais o sol.

Isso faz com que a superfície da Terra arrefeça o que, por sua vez, significa que há menos calor a levar o ar até níveis mais altos e mais frios da atmosfera – processo que, normalmente, produz a precipitação. Assim, há menos chuva e, consequentemente, mais vegetação prejudicada.

Kalnay queria encontrar uma forma de recuperar as correntes atmosféricas. “Ocorreu-me que o mesmo ciclo resultaria no caminho oposto, o que faria aumentar a precipitação e, consequentemente, a vegetação”.

Foi então que a cientista pensou em painéis solares. Como são escuros, os painéis não refletem a luz solar, o que poderia ajudar a aquecer a superfície e a recuperar as correntes de ar que trazem a chuva.

Assim, a investigadora criou uma simulação de computador de um deserto Sahara sobrenatural, onde cerca de 20% da terra está coberta de painéis solares.

O modelo transformou ainda o deserto num gigantesco parque eólico, coberto de turbinas, que, segundo a cientista, poderiam ajudar a impulsionar as correntes de ar.

Para surpresa de Kalnay, a simulação resultou: mostrou que as chuvas aumentaram o suficiente para trazer de volta a vegetação. “É maravilhoso”, comenta a investigadora. “Ficamos muito felizes porque parece ser uma solução muito importante para alguns dos problemas que temos.”

Segundo o NPR, o parque super solar que Kalnay idealizou é enorme e capaz de gerar quatro vezes mais eletricidade do que a que todo o planeta consome atualmente.

Confrontada com o facto de o seu cenário se assemelhar a um filme de ficção científica, a cientista atirou: “Seria ficção científica se a tecnologia não estivesse disponível.”

Para Kalnay, alguns milhares de milhões de painéis solares não é nada de inexequível. Ainda que alguns cientistas estejam a ponderar a possibilidade de serem construídas grandes fazendas solares no Sahara, nada se assemelha ao cenário que Kalnay simulou.

ZAP //

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1 Comment

  1. Nada como se dirigir aos países árabes produtores de petróleo que gastam milhões em armamento e cidades faraónicas e propor-lhe a ideia, é que um dia o petróleo se esgotará e se entretanto esses países em nada contribuírem para a solução da desertificação irão simplesmente acabar.

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