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Desenhos de crianças de 4 anos mostram o trauma deixado pela pandemia

Desenhos de crianças com quatro, cinco e seis anos de idade, da Suécia, mostram a pandemia de covid-19 aos olhos delas.

A pandemia de covid-19 deixou uma cicatriz em todos nós. Não há ninguém que não tenha sido infetado, conheça alguém que foi infetado ou, no limite, alguém que tenha morrido. O coronavírus agravou a ansiedade de muitas pessoas, deixou-as com medo de sair de casa e até de se encontrar com entes queridos.

No meio disto tudo estavam as crianças. Psicologicamente muito menos preparadas do que os adultos, as crianças foram impactadas pela covid-19 de uma forma ainda mais severa.

Na Suécia, investigadores pediram a crianças de quatro, cinco e seis anos para ilustrarem aquilo que era a pandemia aos olhos delas. A análise de 91 desenhos permitiu perceber que as crianças entendem os perigos que o vírus representa, inclusive a possibilidade de morte.

A perceção de que a morte é algo irreversível normalmente só começa a surgir entre os cinco e os sete anos. No entanto, crianças com quatro anos de idade já percebiam que o coronavírus podia ser irremediavelmente fatal. Os desenhos mostram também, especificamente, o amor das crianças pelos seus avós.

Uma das crianças suecas desenhou a sua avó rodeada pelo coronavírus, que representava uma espécie de monstro. Outra desenhou duas crianças com espadas, a lutar contra o vírus.

“As pessoas pensavam que as vidas das crianças em idade pré-escolar não eram tão afetadas […], mas, na verdade, elas perceberam realmente a gravidade da situação”, disse a coautora Anna Sarkadi, em declarações à revista Fortune.

Os investigadores salientaram três temas principais dos desenhos: “ilustrar o vírus e incorporar o perigo”; mostrar como “a vida mudou para pior”; e retratar que “o vírus espalha-se pelo mundo, afeta as pessoas e infeta os seus corpos”.

“Tente dar informações adequadas até mesmo para crianças pequenas, porque se elas não obtiverem informações adequadas para se ajustarem a elas, elas ainda assim percebem as coisas”, realça Sarkadi, alertando para os perigos da desinformação.

O estudo foi recentemente publicado na revista científica Acta Paediatrica.

Daniel Costa, ZAP //

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