Completamente pretos, como os Ninjas japoneses, minúsculos ao pé dos seus parentes próximos e fluorescentes. Eis a apresentação da nova espécie de tubarões que foi descoberta por investigadores norte-americanos.
Baptizado cientificamente como Etmopterus benchleyi, numa referência ao escritor Peter Benchley, o autor do livro “Jaws” que originou o filme de 1975 com o mesmo nome, esta nova espécie arrisca-se a ficar mais conhecida como Tubarão Ninja.
Isto porque estes tubarões têm a pele preta uniforme, em oposição às cores cinzentas e castanhas de outros tubarões-lanterna já conhecidos que têm capacidades de fluorescência e que se podem encontrar nos Oceanos Índico, Atlântico e Pacífico.
Outra característica diferente nesta nova espécie é o número e a disposição dos fotóforos (os órgãos minúsculos que lhes permitem brilhar no escuro) pelo corpo.
Os tubarões-lanterna têm os fotóforos distribuídos por todo o ventre, enquanto nesta nova espécie estão concentrados na cabeça, sendo em menor número.
Um dado que faz com que os investigadores tenham a ideia de que o Tubarão Ninja brilha menos do que os seus “primos”.
Outro detalhe relevante é a sua reduzida dimensão, quando comparados com os demais tubarões conhecidos – o temido tubarão-branco mede entre 5 e 7 metros de cumprimento, enquanto o Tubarão Ninja tem apenas cerca de meio metro.
Esta nova espécie de tubarões foi avistada, pela primeira vez, em 2010, mas só recentemente foi analisada em detalhe, tendo os resultados da investigação sido publicados no Journal of the Ocean Science Foundation.
Os investigadores encontraram apenas oito espécimes, que vivem no oceano profundo, pelo que continuam a ser um mistério, não se sabendo sequer o que comem.
A investigadora que liderou o estudo, Vicky Vásquez, do Centro de Pesquisa de Tubarões da Califórnia, explica em declarações à Fox News que a capacidade de fluorescência pode ser uma forma de camuflagem.
“O termo é conhecido como contra-eliminação. Para se poder visualizar, é como se se estivesse num barco, se olhasse para baixo e se visse a silhueta de algo. Não se sabendo o que é, mas vendo-se uma sombra na água. A ideia aqui é que estes tubarões tentam brilhar apenas o suficiente para eliminar essa sombra”, nota Vicky Vásquez.
SV, ZAP
