Descoberto fóssil inédito no mundo de estrela frágil com 155 milhões de anos a clonar-se

Gunter Schweigert

O fóssil ficou congelado numa fase crucial do seu processo de reprodução, em que se divide ao meio e regenera as partes que faltam.

Uma equipa de cientistas descobriu recentemente um fóssil de uma estrela frágil com 155 milhões de anos, um acontecimento descrito como um “achado incrivelmente raro”.

O fóssil é notável não só pelo seu estado imaculado, mas também porque capta a estrela frágil em plena clonagem – um processo conhecido como fragmentação clonal.

A descoberta, detalhada num estudo publicado na Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences, revela novos detalhes significativos sobre a cronologia evolutiva deste método reprodutivo.

A fragmentação clonal, semelhante às capacidades regenerativas observadas nas estrelas-do-mar, permite que as estrelas frágeis se reproduzam dividindo-se ao meio e fazendo crescer de novo as partes que lhes faltam.

Embora o processo em si seja bem compreendido, as origens do seu início não eram claras até agora. Este fóssil fornece a primeira prova visual de que essa reprodução ocorria já no período Jurássico Superior, coincidindo com uma era dominada por grandes répteis marinhos.

O momento em que o fóssil está é particularmente importante, já que ficou congelado numa fase crucial do ciclo de regeneração, entre a divisão inicial e a regeneração completa do seu corpo.

Este momento não só torna o fóssil extremamente raro, mas também extraordinariamente valioso para compreender a história da fragmentação clonal, explica o IFLScience.

Curiosamente, o estudo também relaciona o método de reprodução da estrela quebradiça com as suas características físicas e de estilo de vida desde o início.

O fóssil, denominado Ophiactis hex, apresenta uma simetria corporal sêxtupla e um estilo de vida epizoico, indicando que vivia num organismo hospedeiro. Estas características parecem ter evoluído em conjunto com a sua estratégia reprodutiva.

Esta descoberta abre uma janela para o profundo passado evolutivo da vida marinha e sublinha a complexa interação entre as estruturas físicas, os estilos de vida e as estratégias reprodutivas dos organismos.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.