DeSantis desiste das primárias e apoia Trump (que quer ser nomeado já terça-feira)

Gage Skidmore / Flickr

O governador do estado norte-americano da Florida, Ron DeSantis, suspendeu hoje a campanha para as eleições primárias republicanas, em vésperas da votação no estado de New Hampshire, e anunciou que apoia o ex-presidente Donald Trump.

“É claro para mim que a maioria dos votantes nas primárias republicanas quer dar outra oportunidade a Donald Trump…Embora eu tenha tido divergências com Donald Trump […], ele é superior ao atual titular [do cargo de presidente dos Estados Unidos] Joe Biden. Isso é claro”, afirmou DeSantis, num vídeo partilhado na rede social X (antigo Twitter).

No vídeo, DeSantis recorda que assinou um compromisso de “apoiar o candidato republicano” e que o honrará.

“Ele [Donald Trump] tem o meu apoio, porque não podemos voltar à velha guarda republicana de antigamente, ou à forma reformulada de corporativismo requentado que [a também candidata às primárias do Partido Republicano] Nikki Hailey representa”, afirmou.

A primeira das eleições primárias republicanas está marcada para terça-feira no New Hampshire.

As primárias republicanas testarão a liderança do ex-presidente Trump num estado em que venceu por uma margem confortável nas primárias de 2016, mas que tem um eleitorado consideravelmente mais moderado do que aquele que lhe proporcionou uma grande vitória nos ‘caucus’ do Iowa a 15 de janeiro.

Um ‘caucus’ é uma reunião de pessoas com interesses ou objetivos comuns, que pode repetir-se em diversos locais nos estados onde decorrem, com os participantes a discutir assuntos partidários em que indicam a sua preferência por um candidato presidencial para representar o partido nas eleições de novembro.

Três sondagens de alta qualidade realizadas em New Hampshire após os ‘caucus’ do Iowa evidenciaram a consistência do favoritismo de Donald Trump face aos seus oponentes na corrida à indicação republicana, com Haley a posicionar-se como a principal adversária.

Duas sondagens do Boston Globe/NBC-10/Suffolk, assim como outro levantamento feito pelo St. Anselm College, mostram o ex-presidente a superar a ex-embaixadora da ONU Nikki Haley por dois dígitos, dando todas elas 50% – ou mais – dos votos a Trump.

Ainda de acordo com as três sondagens, Haley vence entre os independentes por entre 10 a 20 pontos, enquanto Trump sai vitorioso entre republicanos registados por cerca de 40 pontos.

Trump quer nomeação amanhã

O ex-Presidente dos Estados Unidos Donald Trump disse, no domingo à noite, que quer garantir a nomeação como candidato presidencial republicano já na terça-feira, na primeira das eleições primárias republicanas, em New Hampshire.

Num comício em Rochester, a maior cidade do Estado do nordeste norte-americano, Trump apelou aos apoiantes para votarem em massa e “fixarem novos recordes” na primeira das eleições primárias republicanas, marcada para terça-feira.

O republicano, de 77 anos, voltou a elogiar o governador da Florida, Ron DeSantis, que horas antes se retirou da corrida para as eleições primárias republicanas, apoiando Donald Trump.

“Só quero agradecer a Ron e dar-lhe os parabéns por fazer um excelente trabalho”, disse Trump, no início do comício, descrevendo o rival como “uma pessoa realmente incrível”. “Também estou ansioso para trabalhar com Ron”, acrescentou.

Mas o ex-Presidente passou mais tempo a atacar a única rival que permanece na corrida, Nikki Haley, que nomeou embaixadora junto da ONU em 2017, acusando-a de ser uma fantoche do aparelho político que ele prometeu desmantelar.

Trump descartou a possibilidade de escolher Haley como candidata a vice-presidente: “Ela é inelegível”.

Também no domingo, Haley alegou que Trump está a mostrar sinais de declínio mental, depois do ex-Presidente a ter alegadamente confundido com um político democrata.

“Não está no mesmo nível de 2016. Acho que podemos ver parte desse declínio”, disse Haley à televisão norte-americana CBS, acrescentando que o magnata é “um íman” que atrai “o caos”.

ZAP // Lusa

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