Derrota de Rangel catapulta Montenegro para suceder a Rio

Luís Montenegro ganhou um novo fôlego com a derrota de Paulo Rangel frente a Rui Rio nas diretas do partido. Vários apoiantes apontam-no como eventual sucessor do atual líder social-democrata.

Na semana passada, Rui Rio foi reeleito presidente do PSD, derrotando o seu candidato direto, Paulo Rangel. Rio reuniu 52,43% dos votos, enquanto Rangel ficou ligeiramente atrás, com 47,57% dos votos.

Paulo Rangel era a grande aposta dos sociais-democratas que se opõe ao seu atual líder. Agora, com a derrota do seu paladino, antevê-se a possível ascensão de Luís Montenegro. De acordo com o Observador, o ex-líder parlamentar do PSD acabou por ser um dos vencedores colaterais da vitória de Rui Rio.

Com Rangel e Moedas fora da corrida, “há poucas figuras com condições políticas para disputar o partido”, escreve o jornal, partilhando as opiniões de ‘montenegristas’.

Em declarações ao Observador, o próprio Luís Montenegro considera “despropositado, deselegante e reprovável que se fale na sucessão de um líder que acabou de ser eleito e que ainda nem tomou posse do novo mandato”.

Ainda assim, defensores de Luís Montenegro mostram-se contentes com o resultado das diretas do PSD, realçando que este tem agora “condições imaculadas para vencer o partido”.

“Ficou na pole position para o pós-Rio”, disse um dos apoiantes do político natural de Espinho. “Terá condições muito favoráveis quando este líder sair”.

Um dirigente distrital que apoiou Montenegro em 2020 diz que o antigo líder parlamentar social-democrata “tem todas as condições para ser presidente do PSD” e que “a questão é se ele quer”. “Desta vez, ele teria ganho a Rui Rio se fosse a jogo”, acrescentou.

Segundo a TSF, Montenegro vai liderar lista de delegados da concelhia de Espinho, que tem apoiantes tanto de Rangel como de Rio. Isto dá a oportunidade a Montenegro de falar no Congresso e marcar posição.

Os resultados das diretas, de acordo com o site oficial do partido, mostram uma vitória confortável de Rio sobre Rangel, com 91 votos de diferença. Isto adensou ainda mais a questão de quem é que Montenegro apoiava. Membros da candidatura de Rangel falaram de um “golpe dos montenegros”.