Os deputados britânicos foram forçados a aceitar um aumento salarial de 10%, mesmo que o primeiro-ministro David Cameron e os lideres da oposição sejam contra a medida.
A decisão foi tomada pela Autoridade Independente sobre Práticas Parlamentares (IPSA), um organismo autónomo, e contraria as políticas de austeridade que o governo de David Cameron tem implementado.
Após a vitória nas últimas eleições legislativas, David Cameron tem anunciado diversos cortes no bolo orçamental do Estado com vista a poupar 12 mil milhões de libras (cerca de 17 mil milhões de euros).
O Ministro das Finanças britânico já anunciou que os salários da Função Pública só vão aumentar em 1%, o que releva ainda mais a medida do IPSA de aumentar os ordenados dos deputados britânicos de 67 mil libras por ano para 74 mil (cerca de 105 mil euros), com efeitos retroactivos a partir de 8 de Maio.
O organismo justifica a medida com o facto de, na última legislatura, o salário dos deputados ter aumentado apenas em 2%, quando a Função Pública teve direito a um acréscimo de 5% e no sector privado se verificou um aumento de 10%.
Vários deputados já anunciaram que pretendem doar o valor que vão receber a mais a instituições de solidariedade social, mas David Cameron, que começou por notar que o aumento seria “inaceitável”, já veio dizer que não há mal nenhum em ficar com o dinheiro extra.
“Como muitos deputados disseram, dá uma oportunidade de fazer mais, em termos de doações de caridade, mas penso que os deputados recebem uma taxa pelo trabalho e devem aceitar a taxa pelo trabalho e foi feito de forma independente. Não penso que tenha sido a decisão certa, mas na parte em que sou responsável, o pagamento aos ministros, cortado e congelado”, afirmou o primeiro-ministro britânico ao canal de televisão ITV.
ZAP