O ex-deputado Roberto Jefferson, aliado do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, resistiu este domingo a uma ordem de prisão e disparou em dois agentes da polícia federal na cidade de Comendador Levy Gasparian, no estado do Rio de Janeiro. Depois de oito horas, acabou por se entregar à polícia.
O próprio ex-deputado gravou e divulgou vídeos dizendo que a polícia tentou prendê-lo, mas que não se entregaria, disparando sobre os agentes. Segundo o site G1, da Globo, Jefferson atirou três granadas aos polícias.
“Eu não me vou entregar. Eu não me vou entregar porque acho um absurdo. Chega, cansei-me de ser vítima de arbítrio, de abuso. Infelizmente, eu vou enfrentá-los”, disse Jefferson num vídeo.
Pelo menos dois polícias, um delegado e uma agente, foram feridos, sem gravidade.
Roberto Jefferson tentou candidatar-se à Presidência do Brasil pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), mas a sua candidatura foi recusada pela Justiça. Colocou, então, o seu candidato à vice-presidência, padre Kelmon, que se autodeclara integrante da Igreja Ortodoxa, a liderar a campanha do PTB.
Kelmon apoia Bolsonaro desde a primeira volta do sufrágio, defendeu o Presidente e o Governo em debates e frequenta eventos de campanha do atual governante. No sábado, esteve em Guarulhos num ato de campanha ao lado de Bolsonaro.
Aliado do chefe de Estado, Jefferson é investigado no inquérito que apura atividades de uma organização criminosa, que teria agido para atentar contra o Estado Democrático de Direito, e cumpria prisão domiciliar.
O ex-parlamentar seria novamente preso por incumprir uma ordem judicial que o proibia de usar redes sociais depois de aparecer num vídeo divulgado nestas plataformas em que fazia críticas ao sistema judiciário e chamava a juíza do Supremo Tribunal Federal (STF) Carmen Lúcia de prostituta.
Após a detenção, o Presidente do Brasil escreveu no Twitter: “Como determinei ao ministro da Justiça, Anderson Torres, Roberto Jefferson acaba de ser preso. O tratamento dispensado a quem atira em policial é o de bandido. Presto minha solidariedade aos policiais feridos no episódio”.
Anos antes de se tornar defensor e aliado de Bolsonaro, Jefferson apoiou Lula da Silva e acabou preso por ter participado de um esquema de compra de votos no Congresso conhecido como “Mensalão”.
A segunda volta das eleições brasileiras, disputada por Bolsonaro e Lula da Silva, acontece a 30 de outubro.