António Pedro Santos / Lusa
O ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento
O aumento do custo com a mão de obra explica a revisão em alta da estimativa do custo da obra. O ministro das Finanças já admite a possibilidade de o Estado pagar parte da obra, contrariando o ministro das Infraestruturas.
A construção do novo Aeroporto de Lisboa, no Campo de Tiro de Alcochete, poderá custar cerca de 9 mil milhões de euros, segundo estimativas apresentadas pela ANA – Aeroportos de Portugal. Este valor representa um aumento de 47% face aos 6,1 mil milhões inicialmente previstos pela Comissão Técnica Independente, que tinha selecionado o local como a melhor opção para a nova infraestrutura.
O aumento dos custos reflete a escassez de mão de obra e a escalada dos preços no setor da construção. Para mitigar o impacto financeiro, a ANA propôs ao Governo a extensão do prazo de concessão do aeroporto em 25 anos, até 2087. A medida visa manter as taxas aeroportuárias competitivas, evitando possíveis desvios de tráfego aéreo e protegendo o turismo, explica o Correio da Manhã.
Embora o Governo tenha inicialmente garantido que o projeto seria financiado exclusivamente por fundos privados, o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, admitiu pela primeira vez a possibilidade de um investimento público limitado. A decisão final dependerá da análise do relatório apresentado pela ANA.
Esta posição contrasta com declarações anteriores do ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, que em novembro assegurou que “nem um euro” seria retirado aos contribuintes para financiar a obra. O Bloco de Esquerda já solicitou a entrega do relatório à Assembleia da República e convocou Pinto Luz para prestar esclarecimentos sobre possíveis mudanças no financiamento.
Enquanto o novo aeroporto não é concluído, o Aeroporto Humberto Delgado, na Portela, será sujeito a intervenções para reduzir atrasos e minimizar o uso de voos noturnos. As obras, incluindo a ampliação da pista, necessitarão de uma avaliação de impacto ambiental, mas o Governo garante celeridade no processo.
Com o documento entregue ao Governo, que tem 30 dias para análise, a ANA espera avançar com negociações concretas.
A decisão de construir o aeroporto em Alcochete remonta a 2008, durante o governo de José Sócrates, com base num estudo do Laboratório Nacional de Engenharia Civil. Desde então, a infraestrutura tem sido alvo de polémicas e já foram debatidas outras localizações possíveis, mas mantém-se essencial para acomodar o crescente número de passageiros em Lisboa.
Tinham-se esquecido do pagamento dos tachos para a malta do PS e PS 2.0 (PSD), e é óbvio que não vai ser a ANA a pagar, o pacóvio do povo português irá pagar e votar neles mais 50 anos.