A apresentadora afirma que a iniciativa da penhora dos seus bens partiu da SIC e não do tribunal e garante que vai cumprir com as suas responsabilidades.
A apresentadora Cristina Ferreira reagiu publicamente à decisão do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste de executar bens da sua empresa, Amor Ponto, num valor até 4,7 milhões de euros.
O processo é referente à queixa apresentada pela SIC contra a apresentadora por ter quebrado o seu contrato unilateralmente em 2020, quando regressou à TVI para assumir um cargo de diretora e se tornou acionista da Media Capital. O tribunal considerou que o contrato da apresentadora com a SIC não era livremente revogável. A penhora serve para garantir que a empresa tem dinheiro para pagar a indemnização de 3,3 milhões de euros à SIC, a que se acrescem 1,4 milhões de juros.
Em junho, o tribunal de Sintra condenou a Amor Ponto a pagar 3,3 milhões de euros à SIC, acrescidos de juros. Cristina Ferreira recorreu da decisão, mas não pediu efeitos suspensivos nem apresentou caução com garantias bancárias. Como resultado, foi autorizada a penhora de bens e créditos presentes e futuros da empresa até ao montante de 4,7 milhões de euros.
Num comunicado divulgado nas redes sociais, Cristina Ferreira defendeu que a questão é do “domínio da justiça”. “Já não está em causa a minha saída da SIC, uma decisão consciente sobre a minha carreira e sobre a minha vida. Está em causa o meu caráter“, avança.
“Foi a SIC que executou a sentença de 1.ª instância. Apesar de a mesma ainda estar pendente de recurso e, por isso, poder vir a ser revertida. Trata-se de uma iniciativa da SIC, apenas desta e não do tribunal”, afirma a apresentadora.
Cristina Ferreira avança que vai usar “o mecanismo legal” que lhe permite “suspender esta iniciativa da SIC, enquanto se aguarda serenamente pela decisão que vier a incidir sobre o recurso interposto”. A apresentadora frisa ainda que vai “assumir todas as responsabilidades, com honestidade” e que “nunca me poderão acusar de faltar aos meus compromissos”.
“Não contribuirei de forma alguma para precipitar ou alimentar um julgamento público que, para mim, é privado”, remata.
A Amor Ponto, empresa criada em 2008 e reformulada em 2019, é composta por Cristina Ferreira, o seu pai, António Jorge Ferreira, e a Docasal Investimentos, também controlada pelos mesmos dois acionistas. Até ao momento, a SIC não comentou as declarações da apresentadora.
O desfecho do processo depende agora da análise do recurso interposto por Cristina Ferreira, aguardando-se uma decisão definitiva sobre a execução dos bens.
«…Vendeu a sede da Impresa ao Novo Banco por 24,2 milhões e recomprou-a por menos de 4,6 milhões. A estranha negociata imobiliária de Balsemão…» – Tal & Qual (https://www.sapo.pt/jornais/nacional/10256/2024-11-20#&gid=1&pid=16).