Crise aumentou agressões a assistentes sociais

European Parliament / Flickr

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A presidente da Associação dos Profissionais de Serviço Social, Fernanda Rodrigues, alertou para o aumento das agressões físicas e psicológicas pelos utentes aos assistentes sociais por causa da crise.

Em entrevista à agência Lusa a propósito das comemorações do dia Mundial do Serviço Social, que se comemora terça-feira, Fernanda Rodrigues disse estar “muito preocupada” com a situação destes profissionais que estão “na linha da frente” dos problemas sociais e das políticas do Governo.

“Os assistentes sociais estão na linha da frente de muitos dos problemas sociais, lidam diretamente com eles e isso tem trazido obviamente um acréscimo de exigência, que muitas vezes não tem contrapartidas do ponto de vista quer dos recursos quer da proteção de vida destes profissionais”, contou.

A responsável salientou que, por causa do sofrimento das pessoas devido às políticas do Governo e da consequente degradação social, os assistentes sociais estão a ficar “numa condição de alto risco”.

“Não é para admirar, mas é de temer que a reação das pessoas possa ser mais irracional, mais emotiva. Temos casos registados de agressões da mais variada ordem, desde as verbais, psicológicas, materiais e, nalguns casos, até a familiares e bens materiais”, adiantou.

Baixas por exaustão e atendimento com polícia

A presidente da Associação dos Profissionais de Serviço Social (APSS) realçou também que a associação tem registado um número significativo de baixas médicas devido ao estado de exaustão pessoal e profissional a que chegam muitos assistentes sociais.

De acordo com a responsável, há serviços com atendimento ao público feito por assistentes sociais que têm de recorrer a meios policiais. Estas situações passam-se em várias áreas, nomeadamente no atendimento nos centros de saúde e hospitais, na ação social escolar, no Ensino Superior e na Segurança Social.

Para ajudar a resolver o problema, Fernanda Rodrigues defendeu um reforço do número de profissionais e recursos mais adequados às situações existentes.

“Além das agressões, preocupa-me também o número de assistentes sociais que trabalham com vínculos precários, remunerações abaixo do que está previsto e também do aumento de casos de profissionais a quem são pedidas ações que estão fora do seu âmbito de competências”, explicou.

Outro assunto que também preocupa a presidente da associação é o desemprego e a emigração. “Apesar de não termos números concretos, sabemos que há um nível muito elevado de desemprego no setor, o que tem levado à emigração”, disse.

/Lusa

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