Movimento quer criar bancos de “sangue puro” para não vacinados

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Pessoas do movimento antivacinação querem criar bancos de “sangue puro”, com apenas doações de pessoas que não foram inoculadas contra a covid-19.

As vacinas contra a covid-19 são seguras, eficazes e já salvaram milhões de vidas na pandemia. Apesar das inúmeras evidências científicas, grupos antivacina continuam a disseminar desinformações e fake news, especialmente nas redes sociais.

A última proposta desses indivíduos é a criação de um banco de sangue, onde apenas pessoas não imunizadas possam fazer doações. É a procura por um suposto “sangue puro”.

Por trás do conceito de um banco de sangue exclusivo para pessoas não vacinadas, está a ideia errónea de que os imunizantes e os anticorpos produzidos tornam o sangue do indivíduo “impuro”.

Na realidade, a questão não é mais do que um conceito das redes sociais. Isto porque já existem empresas no mercado criadas com a promessa de conectar doadores de sangue não vacinados com pacientes. Estas atuam nos EUA, na Europa e na Austrália, por exemplo.

Aparentemente, o foco do movimento é o sangue de pessoas que tomaram vacinas com a tecnologia do mRNA, como as fórmulas da Pfizer e da Moderna. Outras estratégias de imunização, como o uso de um vetor viral (AstraZeneca/Oxford) ou o uso de um vírus inativo (CoronaVac), parecem ser menos preocupantes.

Embora a vacina induza a uma resposta imunológica e esta produza anticorpos, o sangue da pessoa não é modificado, e isso também não modifica o tipo sanguíneo ou o fator Rh de ninguém.

Se analisado, apenas conterá anticorpos ou outras proteínas específicas contra aquela doença e, com o passar dos meses ou anos, a concentração vai diminuindo até não existir mais. É por isso que doses de reforço são necessárias.

“Semelhante a outros imunizantes, a vacina contra a covid-19 foi projetada para gerar uma resposta imune que ajuda a proteger um indivíduo contra a doença, mas os próprios componentes da vacina não são encontrados na corrente sanguínea”, explica Jessa Merrill, porta-voz da Cruz Vermelha, à AFP. “As doações de sangue de indivíduos que receberam a vacina são seguras”.

Talvez, o maior símbolo do movimento antivacina pelo “sangue puro” seja o caso de um casal da Nova Zelândia que tentou impedir que o filho fosse operado, de emergência, no mês de dezembro do ano passado.

O motivo: a criança precisaria de uma transfusão de sangue no bloco pós-operatório e, eventualmente, o sangue doado seria de uma pessoa vacinada. O caso foi à justiça e, no fim, a criança passou pela cirurgia necessária.

“Casos como este espalham-se como fogo em sites de notícias e, de seguida, nas redes sociais, chamando a atenção para as teorias da conspiração antivacina”, comenta Katrine Wallace, epidemiologista e professora da Universidade de Illinois em Chicago. “O movimento ‘sangue seguro’ é 100% baseado em desinformação”.

1 Comment

  1. Inventam cada raio de conversa! Sangue puro não tem vacina contra o Covid. Pronto. E contra as outras doenças isso já não faz mal? Pode ter todas as doenças e mais algumas, mas desde que não tenha a vacina não há problema.

    Vão dormir que isso passa.

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