Nem Passos, nem Cavaco: o “professor” de Montenegro pode ter sido Costa

Clara Azevedo / Gabinete do Primeiro-Ministro

António Costa e Luís Montenegro, num café em Bruxelas

O “rei da táctica” anunciou apoio ao antigo primeiro-ministro no dia em que o protagonista seria, supostamente, Sebastião Bugalho.

O Conselho Europeu está a discutir quem vai ocupar os cargos de topo da União Europeia.

António Costa está no topo da lista para ser o próximo presidente do Consleho Europeu.

O antigo primeiro-ministro conta com o apoio do Governo português, que “tudo fará para que tenha sucesso”, disse Luís Montenegro há uma semana.

O anúncio do apoio do Governo português foi dado durante a reacção aos resultados das eleições europeias.

Ou seja, Sebastião Bugalho, o cabeça-de-lista da AD nessas eleições, ficou “eclipsado”, enquanto Montenegro criava um “facto político”, como descreveu João Miguel Tavares.

O comentador lembrou na SIC Notícias que Montenegro esforçou-se na campanha eleitoral, perdeu, mas deu um “golpe” na noite eleitoral ao falar sobre António Costa.

“A notícia passou a ser essa”, continuou João Miguel, explicando depois porque acha que o primeiro-ministro protagonizou um “golpe táctico”.

“Luís Montenegro foi o primeiro a falar. Fala, fala, fala… Depois de falar, abre a perguntas dos jornalistas, responde. Aquilo acaba e ao fim de, já não sei, meia hora? E agora vem Sebastião Bugalho falar… E de repente, todos os canais cortaram a emissão porque Cotrim de Figueiredo e Marta Temido iam começar a falar”.

João Miguel Tavares viu uma imagem de um Montenegro a mostrar que se “estava nas tintas” para Bugalho, no estilo ‘Estou aqui agora para passar a minha mensagem‘.

“É aí que ele é o rei da táctica e ele tem-se revelado muito bom tacticamente, desde que é primeiro-ministro”.

Mas o comentador tem um “medo”: quem é que ensinou esta táctica a Luís Montenegro?

“Todos nós olhamos para ele e pensamos que foi quase o delfim de Passos Coelho, e agora Cavaco Silva veio e deu-lhe um imenso apoio… Mas de repente pensei: espera lá, ele às tantas andou nos últimos oito anos a aprender com António Costa“.

“E isso ainda há-de ter graça para quem é analista político. Pode não ter muita graça para o país“, avisou.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.