Costa admite estar “magoado” e questiona se Marcelo e PGR fariam o mesmo hoje

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Tiago Petinga / LUSA

António Costa

O primeiro-ministro critica a Justiça por ter divulgado as suspeitas publicamente quando ainda não foi feita uma investigação.

À saída do Palácio de São Bento esta manhã, no primeiro dia enquanto primeiro-ministro de um Governo em gestão, António Costa comentou a sua decisão de se demitir e diz não estar arrependido.

“Quem exerce as funções de primeiro-ministro não pode estar sob uma suspeita oficial. Aquele parágrafo foi determinante. Há quem pergunte e se não tivesse havido o parágrafo? Não adianta discutir o que teria feito se”, afirma à CNN Portugal.

Costa frisa que o seu “primeiro dever é proteger a dignidade desta função”. Não é uma função qualquer. Por isso, eu hoje faria o mesmo que fiz no dia 7. O que pode é perguntar a quem fez o comunicado e a quem tomou a decisão de dissolver a Assembleia da República se faria o mesmo perante o que sabem hoje”, responde, referindo-se à Procuradora-Geral da República e ao Presidente da República.

Apesar de “ninguém estar acima da lei”, Costa recomenda que os responsáveis da Justiça façam uma reflesão sobre se deve ser “divulgada a existência de uma suspeita sem que tenham sido praticados os actos de investigação suficientemente sólidos”.

As críticas à Justiça não ficam por aqui. “Há duas pessoas de quem me lembro sempre. Tentaram enxovalhar Azeredo Lopes e Eduardo Cabrita até de homicídio foi acusado, deve ter sido o único sujeito no mundo que ia no banco de trás e que foi acusado”, afirma, lembrando que Cabrita acabou por ser absolvido.

“Eu não estou zangado. Se me pergunta se estou magoado? Estou. Quem não se sente não é filho de boa gente. Eu ando na vida pública há muitos anos, eu exerço praticamente funções executivas desde novembro de 1995, há quase 30 anos. Nunca puseram em causa a minha integridade, a minha honestidade ou se pratiquei ou não pratiquei algum tipo de crime”, afirma.

O primeiro-ministro diz-se de “consciência absolutamente tranquila“. “Ninguém falou comigo, nem sei, aliás, em bom rigor, qual é a suspeita que levou à existência desse processo. Mas, como confio no sistema de justiça, tenho a certeza de que, mais tarde do que a justiça gostaria, mas no tempo que a justiça entende como próprio, há-de se esclarecer tudo. E não tenho dúvidas de qual será a conclusão final: como tenho a certeza que nada fiz de errado, o resultado há-de ser ou a não acusação ou um arquivamento ou a minha absolvição”, garante.

Adriana Peixoto, ZAP //

4 Comments

  1. Nada aconteceu a estes santos, digo ao António Luís Santos da Costa, mais conhecido por António Costa.
    Nestes dois anos de mandato de maioria absoluta, só houve casinhos, em que se deram 13 a 14 demissões no Governo, incluindo a do 1º Ministro, esbanjamento de dinheiros públicos na TAP, pagamentos compensatórios a uma Administradora da TAP, com o beneplácito do Ministro Pedro Nuno Santos, que não se recordava, um chefe de gabinete do 1º Ministro com 75.000, 00€ ou 78.000,00€, em dinheiro vivo, guardado no próprio gabinete de S. Bento, um Amigo que fazia lobby nos corredores do poder, um espetáculo de faroeste num Ministério e outras coisas mais que não sabemos ou já não nos lembramos, que estes senhores do poder são bons para nos porem a dormir. E o caso das gémeas luso-brasileiras, o Governo já deu explicações aos portugueses ou também continuam todos com amnésia? Maldita pandemia!
    Isto é pouco? Mas também já terminou o inquérito sobre o 1º Ministro que está a decorrer no Supremo Tribunal de Justiça?
    Este Governo de maioria absoluta é inédito nestes 50 anos de democracia portuguesa no que diz respeito ao seu mandato, pois caiu por implosão, ao fim de dois anos de mandato. Ficará na História!

  2. Oleb. Com um comentário tão comprido cheguei a pensar que já não tinha espaço para o meu comentário, tem calma
    porque a campanha eleitoral ainda não começou..

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