Foram abatidos, este fim-de-semana, mais dois cavalos, depois de terem sofrido lesões, na pista de Churchill Downs. Este mês já morreram – nesta pista e desta forma – doze cavalos.
Lost in Limbo e Mare Kimberly Dream: são os nomes dos últimos dois cavalos a se abatidos, na sequência de ferimentos graves, na Pista de Churchill Downs.
O Churchill Downs é um famoso complexo de corridas de cavalos, localizado em Louisville, Kentucky, nos EUA, conhecido por receber o Kentucky Derby – corrida de cavalos anual, que este ano começou em maio.
O cavalo Lost in Limbo foi sacrificado na sexta-feira, depois de, na sétima corrida do dia, ter sofrido uma rutura do ligamento sesamoide distal de uma perna dianteira.
No sábado, de acordo com a Associated Press (AP), Mare Kimberly Dream teve uma lesão semelhante, logo na primeira corrida, e posteriormente o mesmo fim.
Só este mês, desde o início da competição, já foram abatidos uma dúzia de cavalos, no Kentucky Derby.
De acordo com a AP, Churchill Downs disse que os dois cavalos foram sacrificados porque os ferimentos eram “inoperáveis e irrecuperáveis”. No entanto, foi aberta uma investigação, para averiguar os casos, que começam a ser recorrentes.
“Estamos preocupados com esta recente série de fatalidades. Não aceitamos isso como adequado ou tolerável e partilhamos as frustrações do público”, disse Churchill Downs.
“Temos trabalhado rigorosamente desde a abertura do encontro para entender o que levou a este pico [doze cavalos mortos em menos de um mês] e ainda não encontramos um padrão discernível conclusivo. Aguardamos mais descobertas das investigações em andamento, sobre esses ferimentos e mortes”, acrescentou.
Dois dias antes, a Pista tinha anunciado a suspensão de um de seus treinadores. A decisão veio após “mortes repentinas, altamente incomuns” de dois cavalos que ele treinava.
“Dadas as mortes súbitas sem explicação, temos algumas preocupações sobre a condição dos seus cavalos. Por isso, decidimos suspendê-lo indefinidamente até que os detalhes sejam analisados e compreendidos”, disse Bill Mudd, presidente e diretor de operações da Churchill Downs, citado pela AP.
“A segurança de nossos atletas equinos e humanos bem como a integridade do nosso desporto são nossa maior prioridade”, concluiu o presidente.
Portugal também faz vítimas
Em Portugal, as corridas de cavalos não têm tradição. Em vez disso, os cavalos são usados (e abusados) nas corridas de touros.
Na última década, morreram sete cavalos envolvidos em atividades tauromáquicas. O último deles foi a 20 de maio, em Coruche.
O cavalo do cavaleiro tauromáquico Miguel Moura morreu subitamente, no final de uma corrida, na praça de touros da vila escalabitana.
Em 2019, já tinha acontecido uma tragédia na Praça de Touros de Coruche, com o irmão do cavaleiro. Na altura, um cavalo de João Moura Júnior feriu-se com gravidade e acabou por ser abatido.
Segundo a plataforma para a abolição das touradas em Portugal Basta., nos últimos dez anos, e tendo em conta apenas os casos que vieram a público, registaram-se sete mortes de cavalos de toureio em Portugal, em resultado de colhidas ou de ataques cardíacos.
Uma das falhas apontadas é a inexistência de médicos veterinários, nas praças de touros.
Além disso, nota a plataforma, estes os casos levantam questões como o esforço a que os cavalos são sujeitos e as alegadas drogas ministradas a estes animais, antes das touradas.