O Partido Democrático venceu as eleições cuja campanha ficou marcada pelas medidas de combate à pandemia de coronavírus (covid-19), tendo os temas relacionados com a Coreia do Norte ficado em segundo plano.
De acordo com o semanário Expresso, o escrutínio registou a mais alta taxa de afluência dos últimos 28 anos: de quase 44 milhões de eleitores, votaram mais de 29 milhões (66,2%).
Segundo dados preliminares, o Partido Democrático, do Presidente Moon Jae-in, foi o grande vencedor, tendo assegurado a eleição de 180 dos 300 deputados da Assembleia Nacional.
Entre os 103 deputados eleitos pelo derrotado Partido Futuro Unido, na oposição, está um desertor norte-coreano. Thae Yong Ho, ex-embaixador da Coreia do Norte em Londres, desertou com a família em 2016 e foi agora eleito deputado em representação do distrito de Gangnam, Seul.
O antigo diplomata tornou-se, assim, o primeiro desertor de Pyongyang a conseguir um lugar no Parlamento de Seul. “A República da Coreia (Coreia do Sul) é a minha terra e Gangnam a minha cidade”, disse Thae durante a campanha eleitoral.
A deserção de altos quadros da Coreia do Norte para a Coreia do Sul não é frequente, apesar de 33 mil cidadãos norte-coreanos terem fugido do regime de Pyongyang nas últimas duas décadas. A maior parte dos desertores são oriundos das zonas agrícolas marcadas pela carestia e más condições de vida.
Thae decidiu fugir porque não quis que os filhos “vivessem vidas miseráveis” na Coreia do Norte. Outro dos motivos que determinou a deserção do ex-diplomata foi a execução de quadros do regime ordenada pelo líder Kim Jong Un.
Para a Coreia do Norte, Thae é apontado como “lixo humano” e um criminoso que roubou dinheiro público.
A Coreia do Sul é identificada como um caso de sucesso ao nível da contenção do coronavírus, relembra o mesmo jornal. Esta quinta-feira, pelo quarto dia consecutivo, o país registou menos de 30 novos casos e tem um total de 10.613 infetados e 229 mortos.
ZAP // Lusa
Coronavírus / Covid-19
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