Sondagens encomendadas ou congressos. As contas das subvenções dos partidos

O PSD e PS fizeram uma grande aposta em sondagens encomendadas, segundo os dados revelados sobre os gastos das subvenções públicas.

Depois de ter desvalorizado várias vezes a importância das sondagens ao longo da sua liderança, foi agora revelado que o PSD liderado por Rui Rio gastou parte das suas subvenções públicas em inquéritos encomendados.

As datas das sondagens que foram compradas não são conhecidas, mas o partido gastou 75 600 euros para este fim, sendo a Consulmark a empresa predilecta. Uma das sondagens foi referente a Coimbra, um município que foi palco de uma corrida apertada entre o PS e o PSD, tendo os sociais-democratas acabado por conseguir roubar a Câmara aos socialistas.

Os dados foram entregues à Entidade das Contas e Financiamentos Políticos e foram noticiados pelo Público. Para além do PSD, o PS também fez uma grande aposta na encomenda de sondagens, com o partido a comprar cerca de quarenta ao longo de 2021, num gasto total de 152 mil euros.

Em ano de autárquicas, os socialistas encomendaram sondagens no município de Góis (950 euros), na freguesia do Lumiar (10 400 euros), um pacote para a Área Metropolitana de Lisboa (22 000 euros) e também os estudos Que Portugal Queres e um inquérito jovem.

Já no Bloco de Esquerda, a principal fonte de despesas foi a manutenção do site esquerda.net, que custou 89 880 euros no ano passado. Os cartazes e a campanha “Justiça na resposta à crise” obrigaram o partido a desembolsar 44 500 euros e o site Interior do Avesso custou 5230 euros aos bloquistas. A XII convenção nacional também custou 59 mil euros e só trouxe 524 euros de retorno.

O PCP, tal como é costume, não divulgou os números relativos às despesas e retornos da Festa do Avante. Já as celebrações do centenário do partido terão custado 70 mil euros, incluindo-se os cartazes, a distribuição de panfletos, e a organização de vários eventos e campanhas.

Os cartazes também foram uma das principais apostas do PAN, que gastou 6790 euros em outdoors para uma campanha contra as indústrias da carne e da caça e 13 400 euros em cartazes para as autárquicas. Mas a factura mais cara foi a organização do congresso em Tomar, que trouxe uma despesa de 25 mil euros, onde se incluem os quilómetros feitos em viatura feita de vários dirigentes do partido ecologista.

Já o MAS — Movimento Alternativa Socialista — enumera dezenas de acções onde recicla o material já usado nas campanhas eleitorais de 2014 e 2019. Do lado do Livre, só duas acções tiveram lugar fora do digital, totalizando as duas 684,4 euros. Já o RIR — Reagir, Incluir, Reciclar — destaca-se por ter realizado 36 acções de campanha em todo o país e não ter gasto um único euro em qualquer uma delas.

Do lado do CDS, o partido apenas comunicou as acções até meados de Maio, onde se incluem a propaganda em mupis, no site do partido e nas redes sociais e também reuniões do conselho nacional.

Há ainda vários partidos que não comunicaram as acções e meios de propaganda de 2021, sendo estes a Iniciativa Liberal, Chega, Partido Ecologista Os Verdes, Aliança, PCTP-MRPP, Ergue-te, Nós, Cidadãos!, e Volt Portugal.

ZAP //

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