Conservador, nacionalista e separatista. Bélgica tem novo primeiro-ministro, 7 meses depois

Facebook / Bart De Wever

Bart De Wever, do partido conservador Nova Aliança Flamenga, torna-se o primeiro nacionalista da Flandres, região de língua holandesa, no cargo. O país esteve à beira de novas eleições — o prazo limite era esta sexta feira.

7 meses de duras negociações depois, 5 partidos belgas chegaram a um acordo de coligação esta sexta-feira, e formam governo. O primeiro-ministro será o conservador Bart De Wever

“Haverá muitas notícias falsas e muitas críticas. Mas muitas pessoas vão sentir-se orgulhosas por não termos medo de tomar decisões”, disse Conner Rousseau, presidente do Vooruit, um dos partidos da nova coligação.

De acordo com o Politico, a nova coligação, que agrega a Nova Aliança Flamenga (N-VA), partido de direita de De Wever, o Movimento Reformista (MR), de centro-direita e francófono, o Les Engagés, de centro, o Partido Democrata Cristão e Flamengo e o Vooruit, de centro-esquerda e flamengo — apelidada de coligação “Arizona”, devido às cores da bandeira do estado americano — teve vários obstáculos.

Em conjunto, detêm uma maioria de 81 lugares no Parlamento belga de 150 lugares.

Até nas regiões tradicionalmente de esquerda o N-VA saiu vencedor, e na Flandres ficou à frente da extrema-direita.

As negociações para formar governo fracassaram devido a disputas orçamentais e o rei Philippe concedeu a De Wever várias prorrogações enquanto este tentava chegar a um acordo de coligação. Por fim, no início deste mês, o rei fez um ultimato a De Wever: tinha de formar um novo governo até ao final de janeiro, ou o país ia novamente a eleições.

O acordo foi conseguido depois de uma “maratona” final de 60 horas, que se estendeu até à noite do dia limite — esta sexta feira.

A Bélgica tem já um historial complicado e moroso na formação de coligações para ao governo. Por exemplo, o atual primeiro-ministro, Alexander De Croo, liderou uma coligação de sete partidos que demorou 493 dias a conseguir-se, entre 2019 e 2020.

Também em 2010 a formação de governo chegou a  demorar 541 dias.

Uma das questões mais proeminentes para resolver é a questão do défice orçamental do país, que em 2023 foi de 4,4% do produto interno bruto (PIB).

O plano do novo primeiro-ministro é cortar nas prestações sociais e reformas no sistema de pensões, que já suscitaram a oposição dos sindicatos, segundo explica o The Guardian.

Tem sido uma das figuras mais proeminentes na defesa da independência da Flandres, região onde se fala holandês, embora nos últimos anos tenha moderado os seus apelos.

ZAP //

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