Já alguma teve a sensação de que aprendeu algo e, de repente, repara nisso em todo o lado para onde olha? Se sim, deparou-se com o fenómeno Baader-Meinhof, também conhecido como ilusão de frequência.
Este fenómeno é caracterizado por uma nova consciência de um conceito, palavra ou objeto depois de o ter aprendido inicialmente. Muitas vezes, parece que essa coisa se tornou subitamente omnipresente na sua vida, apesar de ter passado despercebida até então.
Estranhamente, o fenómeno Baader-Meinhof não tem o nome do seu descobridor, mas sim de um grupo terrorista alemão. Em 1994, Terry Mullen escreveu uma carta a um jornal do Minnesota, nos Estados Unidos, a contar como um dia mencionou o gangue a um amigo, e como o amigo descobriu um artigo sobre o gangue no jornal no dia seguinte, depois de anos sem ouvir falar dele. Posteriormente, o amigo começou a notar frequentemente informações sobre o gangue.
Um exemplo comum deste fenómeno é a “ilusão do 11:11”. As pessoas dizem ver frequentemente estas horas quando olham para o relógio. Embora existam apenas duas ocorrências de 11:11 num dia, os indivíduos que acreditam que têm maior probabilidade de o ver, reparam nele quando ocorre. Esta atenção seletiva faz com que pensem que veem 11:11 mais frequentemente do que outras vezes.
Até os académicos podem ser vítimas deste preconceito cognitivo. O linguista Thomas Grano, conta a IFLScience, cunhou o termo “viés de frequência” numa publicação de 2005 no seu blogue. Ele falou sobre o facto de um grupo da Universidade de Stanford ter assumido que um determinado uso linguístico era comum entre as jovens californianas.
No entanto, a sua investigação mostrou que esse uso era relativamente pouco frequente. Grano atribuiu este equívoco à sua própria ilusão de frequência, em que acreditavam que o ouviam “a toda a hora” porque estavam mais atentos a isto.
Um exemplo divertido deste fenómeno é o “Fenómeno Mariko Aoki”, em que as pessoas precisam de ir à casa de banho pouco depois de entrarem numa livraria. Esta curiosa ocorrência ganhou atenção quando Mariko Aoki escreveu sobre as suas experiências, levando outras pessoas a reparar em situações semelhantes. No entanto, é essencial reconhecer que este fenómeno pode não ocorrer sempre que alguém entra numa livraria.