Como é que o Universo ligou as luzes? Astrónomos acabam de descobrir novas pistas

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ESO / Digitized Sky Survey 2

Galáxia Anã do Escultor

Galáxia Anã do Escultor

As primeiras estrelas formaram-se há cerca de 13,7 mil milhões de anos, na escuridão do Universo. Os astrónomos ainda não encontraram nenhum elemento desta População III, mas um estudo recente pode ter revelado detalhes interessantes.

Segundo o Science Alert, AS0039, localizada na Galáxia Anã do Escultor, a 290 mil anos-luz de distância, tem uma composição química que sugere que incorpora elementos de uma estrela da População III que se converteu numa hipernova.

Alguns milhões de anos após o Big Bang, o Universo era preenchido por gases quentes e opacos. Só depois do nascimento das primeiras estrelas, cuja luz ultravioleta ionizou este gás, é que o Espaço começou a ser “limpo” e permitiu que a luz fluísse.

As estrelas da População III são conhecidas por terem poucos elementos pesados, até porque estes compostos precisam de alguns processos para serem formados, como a fusão nuclear no interior das estrelas ou eventos energéticos e extremos, como as supernovas.

Estes elementos foram espalhados pelo Universo e obtidos para as gerações estelares posteriores. Não surpreende que, ao encontrarem uma estrela relativamente pobre em metais, os cientistas concluam que, provavelmente, é muito antiga.

Além de ser a estrela de metalicidade mais baixa jamais descoberta fora da Via Láctea, é também a que tem a menor abundância de carbono. Se a suspeita se confirmar, AS0039 pode mesmo ser a chave para compreender como é que o Universo ligou as suas luzes.

“Estamos na presença de uma estrela secundária com características químicas excecionais: baixa em ferro, AS0039 nem sequer é rica em carbono e tem uma quantidade extremamente baixa de magnésio em comparação com outros elementos mais pesados, como o cálcio”, explicou a investigadora Ása Skúladóttir, em comunicado.

Como precisam da fusão nuclear estelar para serem formados, os autores deste novo estudo sugerem que os elementos presentes em AS0039 sejam o resultado de uma hipernova, uma explosão 10 vezes mais energética do que uma supernova.

Para entenderem o passado da estrela, a equipa realizou várias simulações, sendo que o melhor resultado apontou para uma explosão de uma estrela-mãe, com 21 vezes a massa do Sol, em hipernova.

AS0039 pode mesmo ser uma das primeiras evidências de hipernova com zero metalicidade, além de ser uma boa oportunidade para os astrónomos estudarem as primeiras estrelas do Universo.

O artigo científico foi publicado no The Astrophysical Journal Letters.

ZAP //

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1 Comment

  1. Então não foi o tal “Jeová” quem ligou o interruptor enquanto exclamava: “Fiat Lux”?
    Ou afinal só queria anunciar um novo modelo automóvel?

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