Se muda as toalhas de mês a mês, saiba que estão centenas de milhões de bactérias a residir no sítio onde limpa o corpo. E não é só nas que usa à saída do banho: também as toalhas de mesa ou de mãos são um verdadeiro habitat natural de bactérias.
É provável que já tenha tomado banho hoje. É também provável que não tenha mudado a toalha hoje.
Na verdade, cerca de um terço das pessoas muda as toalhas com que se limpa diariamente apenas uma vez por mês, concluiu um estudo. Segundo outro estudo, há mesmo quem o admita fazer apenas uma vez por ano.
Uma toalha acabada de lavar contém apenas 190.000 bactérias. Parece muito? Nem por isso, comparado com uma toalha após apenas uma utilização. Nesse momento, a toalha passa a ter cerca de 17 milhões de bactérias. Sim, após uma única utilização.
Essas bactérias são passadas pelo nosso corpo que, ainda que lavado, as contém sempre. Como lembra a BBC, algumas delas provêm até da água que utilizámos para lavar as toalhas. Agora, vá multiplicando, e perceba o quão rápido é chegar aos milhares de milhões de bactérias.
Para além disso, as infeções gastroentéricas resultantes de Salmonella, Norovirus e E. coli “são todas transmissíveis através dos panos”, conta também a professora de biologia Elizabeth Scott.
Então, com que frequência devemos lavar as tolhas?
Depende, garante a especialista. Para uma toalha de mãos normal, lavar uma vez por semana pode ser o suficiente.
No entanto, se uma pessoa estiver doente, por exemplo, deve utilizar uma toalha só para si e mudá-la todos os dias, explica Scott.
E, claro, se usar as toalhas muitas vezes elas manter-se-ão húmidas ao longo do dia, o que aumenta muito a probabilidade de proliferação de doenças. Portanto, se usar muitas vezes uma toalha, deve ter atenção a mudá-la com muita frequência.
De acordo com Scott, uma lavagem com água quente (40º – 60ºC) e mais longa do que a maioria dos tecidos domésticos é necessária no que toca às toalhas, e muitas vezes poderá ter de adicionar detergentes antimicrobianos.
Se as lavar a temperaturas mais baixas, adicionar enzimas ou lixívia pode ajudar. Jean-Yves Maillard, professor de microbiologia farmacêutica, garante: “A higiene doméstica tem tudo a ver com prevenção, e a prevenção é melhor do que o tratamento”.