Red Sea Global

Uma enorme colónia de corais Pavona perto da costa da Arábia Saudita é considerada o maior exemplo vivo encontrado no Mar Vermelho.
Segundo o El Confidencial, os investigadores descobriram uma colónia gigante de corais na costa noeroeste da Arábia Saudita, numa parte do Mar Vermelho que está a ser desenvolvida como um resort turístico de luxo.
A colónia, uma característica de um recife composto por um tipo específico de pequeno animal coralífero conhecido como pólipo, é suspeita de pertencer à espécie Pavona clavus e mede aproximadamente 30 metros por 21 metros, tornando-a provavelmente a maior já descoberta no Mar Vermelho.
Sylvia Jagerroos, da Red Sea Global, empresa que está a construir uma série de resorts turísticos de luxo no local, diz que estava a patrulhar o recife durante as ondas de calor marinho de 2024 quando avistou o coral gigante. “Enquanto nadava, vi uma grande sombra e decidi mergulhar mais fundo”, conta.
Jagerros e os seus colegas acreditam que o coral tem entre 400 e 800 anos e afirmam que está em boa saúde, apesar das temperaturas extremas da água registadas durante novembro e dezembro de 2024.
“Nós examinamos em janeiro deste ano, depois de a temperatura baixar”, diz Rhonda Suka, também da Red Sea Globa. “Foi muito bom ver um coral saudável e próspero naquele momento“.
A descoberta foi feita entre 30 a 40 metros da costa, no local Amaala da Red Sea Global, um projeto de turismo de luxo que se estende por 4200 km2. Os primeiros hotéis devem ser inaugurados este ano.
Os hóspedes poderão visitar e mergulhar nos recifes de coral do resort, incluindo esta colónia gigante recém-descoberta. Mas Ahmed Al-Ansari, responsável pela proteção ambiental na Red Sea Global, insiste que a salvaguarda dos recifes da região continuará a ser uma prioridade máxima, com monitorização regular por especialistas.
A empresa tem o compromisso de proporcionar um benefício ambiental líquido de 30% ao seu projeto Amaala até 2040, quando a construção estará concluída, afirma Al-Ansari.
Suka planeia passar o próximo ano à procura de mais corais gigantes nos locais do projeto Red Sea Global. “Quanto mais encontrarmos, mais oportunidades teremos de aprender com eles”, afirma.
Maoz Fine, da Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel, afirma que o coral gigante é um “descoberta notável” que pode ajudar os cientistas a compreender melhor por que é que os corais do Mar Vermelho parecem mais resistentes do que outros corais ao aumento da temperatura da água.
Mas Fine teme que o coral se torne o centro de um importante destino turístico, onde as atividades de construção, a poluição por esgoto e os produtos químicos dos protetores solares possam representar uma ameaça aos ecossistemas frágeis.
Ele insta a Red Sea Global a garantir que o risco de danos seja mínimo, controlando rigorosamente o número de visitantes e as atividades perto do coral. O desenvolvimento na região é um “risco enorme”, alerta.