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Colisão contínua com outra galáxia pode estar a deformar a Via Láctea

Muitas das estrelas da Via Láctea estão distribuídas no disco fino, a região do Espaço ocupada pelos braços espirais de nossa galáxia. Investigadores descobriram que o disco está deformado nas bordas e a culpa pode ser de uma interação recente – ou mesmo em andamento – com uma galáxia próxima.

Usando os dados do Observatório Gaia da Agência Espacial Europeia de 2018, os astrónomos rastrearam a posição e o movimento de 12 milhões de estrelas gigantes para medir a rapidez com que a deformação percorre a galáxia.

De acordo com o estudo publicado na revista científica Nature Astronomy, os astrónomos descobriram que muda de orientação ao longo do tempo, balançando como um pião, e completa uma rotação completa muito mais rapidamente do que o esperado.

“Medimos a velocidade da deformação comparando os dados com os nossos modelos. Com base na velocidade obtida, a deformação completaria uma rotação em torno do centro da Via Láctea em 600 a 700 milhões de anos”, disse Eloisa Poggio, do Observatório Astrofísico de Turim, na Itália, em comunicado. “Isso é muito mais rápido do que esperávamos, com base em previsões de outros modelos, como aqueles que observam os efeitos do halo não esférico”.

Tanto a direção em que a deformação se move como a rapidez com que está a acontecer oferecem pistas importantes sobre o que poderia ter causado este fenómeno. A velocidade está a ir mais rápido do que o campo magnético intergaláctico permitiria, sugerindo que deverá ser algo poderoso como uma colisão.

O culpado tem sido considerado uma interação com uma das galáxias satélites da Via Láctea e, provavelmente, um encontro recente ou em andamento – em vez de um antigo.

Os investigadores estão a apontar o dedo para a galáxia anã de Sagitário. Esta pequena galáxia já atravessou o disco várias vezes no passado e está a ser removida pela Via Láctea.

Embora a deformação seja significativa, é duas vezes mais longe do centro galáctico do que a Via Láctea, portanto não há necessidade de preocupação com que pode significar para o nosso Sistema Solar.

“O Sol está a uma distância de 26 mil anos-luz do centro galáctico, onde a amplitude da deformação é muito pequena”, disse Poggio. “As nossas medidas foram dedicadas principalmente às partes externas do disco galáctico, a 52 mil anos-luz do centro galáctico e além”.

Atualmente, a sonda Gaia está a preparar o mapa mais preciso da Via Láctea, medindo a posição e a velocidade exatas de mais de mil milhões de estrelas.

ZAP //

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