A "cocaína dos pobres" anda por aí. O que é a captagon?

Droga sintética proibida há 37 anos está a ser consumida por muitos jovens de duas regiões do planeta. E chegou à Europa.

A captagon foi proibida em diversos países em 1986 mas, nos últimos tempos, passou a ser a droga de festa dos jovens no Médio Oriente e no norte de África.

É conhecida como a “cocaína dos pobres” e, oficialmente, saiu do mercado de medicamentos.

Mas há praticamente 20 anos começou a ser produzida uma versão ilícita dessa droga sintética que surgiu na Alemanha (na sua origem).

Também na origem, foi criada para combater transtornos de déficit de atenção, descreve o canal Deutsche Welle.

É composta por fenetilina (muita fenetilina em alguns laboratórios ilegais), uma anfetamina sintética, cafeína e outros estimulantes. É um psicoestimulante que, tal como a anfetamina, pode provocar euforia e aumento do desempenho físico e mental.

Quem consumir demais, pode ter problemas cognitivos e cardiovasculares. Há risco de consumo de substâncias químicas tóxicas. E, sem surpresas, pode tornar-se um vício.

Salvador da economia

A Síria é o centro do mundo da captagon. O país é o “narcoestado do Médio Oriente”.

No país que é o maior produtor (80% do total) e exportador da droga, além dos jovens em festas, os combatentes do conflito sírio também a consumem porque acreditam que vai melhorar o seu desempenho no combate e reduzir o cansaço.

A captagon passou a ser muito popular na Síria em 2011, durante a famosa Primavera Árabe.

E é fácil produzir – e comprar – a droga na Síria. O presidente Bashar al-Assad assegura que o Governo não está envolvido no negócio mas esta droga tem funcionado como uma tábua de salvação para a economia nacional.

Num mercado que rende num ano 5 mil milhões de euros, a droga segue sobretudo para países do Golfo, Iraque e Jordânia.

Segue escondida em grãos ou frutas.

Mas, na Jordânia, a ordem é clara: “atirar para matar” na direcção de traficantes de drogas.