Depois do fim das palhinhas de papel, o fim das latas. Mas não é o fim do “maior poluidor de plástico do mundo”: tudo se resolve com… mais plástico.
Donald Trump decretou esta semana que os EUA vão parar de produzir palhinhas de papel: estão de volta ao país as até agora proibidas palhinhas de plástico, revertendo-se assim uma decisão tomada durante o mandato de Joe Biden.
A contestação foi muita nas redes sociais, pontilhada por vários utilizadores que, por outro lado, concordam que “estas coisas não funcionam”, porque “partem” ou “explodem” (referindo-se às alternativas, as palhinhas de papel), como disse Trump, citado pela BBC.
As palhinhas de plástico são proibidas (também em Portugal, desde 2021), por conterem substâncias polifluoroalquílicas, ou PFAS, que podem permanecer no ambiente durante décadas e poluir os oceanos, matando animais que acabam por ingerir os microplásticos.
Mas o mal não se fica por aqui. Agora, a Coca-Cola, considerada por organizações ambientalistas a “maior poluidora de plástico do mundo”, poderá ter também de aumentar a produção de plástico.
Em causa estão as tarifas de 25% sobre o aço e alumínio impostas pelo presidente norte-americano nas importações (decisão que afetará também a economia portuguesa), o que deverá aumentar o custo de produção das embalagens de alumínio, material de que são feitas as latas.
“Se uma embalagem sofrer um aumento dos custos dos factores de produção, continuaremos a ter outras ofertas de embalagens que nos permitirão competir no espaço dos preços acessíveis”, afirmou James Quincey, CEO da empresa de refrigerantes, citado noutro artigo da BBC.
“Por exemplo, se as latas de alumínio se tornarem mais caras, podemos dar mais ênfase às garrafas PET [de plástico]”, especificou.
A empresa já em dezembro tinha reduzido o seu objetivo de sustentabilidade de utilizar 50% de materiais reciclados nas suas embalagens até 2030, para 35% a 40% até 2035.