Mesmo sem orelhas, as cobras conseguem ouvir os nossos gritos

Mario Lutz / Wikimedia

A cobra Naja philippinensis

As cobras têm ouvidos internos que lhes permitem ouvir os sons e as suas respostas e sensibilidade auditiva variam de acordo com as espécies.

Apesar de não terem orelhas, as cobras conseguem ouvir-nos e a sua audição pode ser mais importante para a sua sobrevivência do que se pensava. Um novo estudo publicado na PLOS One decidiu testar a audição das cobras.

Usando 19 tipos diferentes de cobras, incluindo espécies que rastejam no solo, espécies que preferem a água e outras que se balanceiam nas árvores, os cientistas testaram a sua capacidade de ouvir sons entre 0 e 450 Hertz.

“Tocamos um som que produziu vibrações no solo e os outros dois eram apenas audíveis no ar. Isto serviu para testar os dois tipos de ‘audição’ — a audição táctil através das escadas da barriga da cobra e a audição através dos seus ouvidos internos”, explica Christina Zdenek, autora principal do estudo.

Os tipos diferentes de cobras tiveram respostas contrastantes entre si, mas aquelas dentro do mesmo grupo responderam de forma semelhante. A equipa refere que isto sugere que estas respostas são hereditárias.

“Apenas a pitão de woma tendeu a mover-se para perto do som, enquanto que as taipans, cobras castanhas e, especialmente, víboras da morte eram mais propensas a se afastar dele”, realça Zdenek.

Dado ser a maior cobra que foi testada (mede 2,7 metros e pesa cinco quilos), faz sentido que a pitão de woma seja menos cautelosa do que as restantes, visto que tem menos predadores naturais e por também ser uma cobra noturna.

“As taipans podem ter que se preocupar com os predadores de aves de rapina e também perseguem ativamente as suas presas, então os seus sentidos parecem ser muito mais sensíveis”, acrescenta.

Isto sugere que a resposta aos sons audvídeis pelo ar pode indicar diferentes comportamentos de resposta e de proteção contra predadores.

ZAP //

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