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Esta cobra come os órgãos das presas, um por um, enquanto ainda estão vivas

(dr) Winai Suthanthangjai

A cobra Oligodon fasciolatus abre o corpo do sapo Duttaphrynus melanostictus e come os seus órgãos enquanto ainda está vivo

Cientistas observaram o comportamento alimentar macabro de uma espécie de cobra nativa do Sudeste Asiático, durante o qual esta abre o corpo da sua presa e come os órgãos, um por um, enquanto o animal indefeso ainda está vivo.

De acordo com a revista Newsweek, o comportamento alimentar desta cobra (Oligodon fasciolatus), documentado no nordeste da Tailândia entre 2016 e 2020, nunca tinha sido observado antes em nenhuma outra espécie de serpente.

A equipa de cientistas documentou três ocasiões em que o animal usou os seus dentes para abrir o abdómen de um sapo vivo da espécie Duttaphrynus melanostictus. Em todos os casos, as presas lutaram para se salvar, expelindo um líquido branco tóxico para tentar afastar as cobras.

Porém, explicam os investigadores, as serpentes inseriam as suas cabeças no abdómen, retiravam alguns dos órgãos e engoliam-nos. No total, todo o processo demorava cerca de três horas.

“Estes são os primeiros casos conhecidos de serpentes que inserem as suas cabeças nas presas e, subsequentemente, extraem e comem órgãos, descartando, depois, o resto do corpo”, escreveram os autores do estudo publicado, a 11 de setembro, na revista científica Herpetozoa.

A equipa também documentou uma quarta ocasião em que uma cobra atacou e engoliu um sapo de uma só vez, no entanto, este era bastante mais pequeno e jovem do que os outros.

As razões por detrás deste comportamento macabro continuam a ser um mistério. Mas, segundo a mesma publicação, os cientistas especula que esta técnica pode ter sido desenvolvida porque estes sapos adultos são muito tóxicos para serem engolidos de uma só vez, ao contrário dos mais pequenos.

Por outro lado, os investigadores também sugerem que as cobras podem ser resistentes a essas toxinas. O facto de o sapo mais pequeno ter sido engolido por inteiro pode indicar, simplesmente, que os outros eram demasiado grandes para comer.

Ou então verificam-se as duas hipóteses, isto é, os sapos adultos podem ser muito grandes e muito tóxicos para engolir.

ZAP //

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