Club Brugge 0-2 Benfica | Águia superior com um pé nos quartos

Stephanie Lecocq / EPA

O Benfica fez já metade do trabalho para conseguir a qualificação para os quartos-de-final da Liga dos Campeões. Na visita ao Club Brugge, os portugueses venceram por 2-0 e convenceram, deixando apenas, a espaços, os belgas mostrarem alguns dos seus argumentos, mas somente em fogachos.

A estratégia de pressão em zonas adiantadas, passe curto e futebol pausado, acelerando somente no último terço, acabou por dar às “águias” um controlo global do jogo e as melhores situações, com quatro ocasiões flagrantes desperdiçadas, além dos tentos de João Mário, de penálti, e David Neres.

O Benfica entrou a tentar controlar a posse de bola, com jogo pausado e de passe curto, mas essa estratégia serviu ao Club Brugge, mais recuado e muito veloz nas transições ofensivas, em especial pelo seu lado esquerdo e algumas vezes conseguindo situações de superioridade numérica. Foi assim que, nos primeiros 20 minutos, construiu as principais jogadas de perigo.

Os “encarnados” gizaram os seus primeiros lances bem construídos aos 23 minutos, primeiro com João Mário a optar pelo passe para Gonçalo Ramos quando podia rematar, e depois Rafa Silva a não conseguir a emenda a cruzamento de Alexander Bah.

Aos 26, António Silva desperdiçou, de cabeça, um golo quase feito e, em cima da meia-hora, Rafa atirou ao ferro. O perigo era “encarnado”, mas foi o Brugge a marcar perto do descanso, por Odoi, mas o lance foi anulado por fora-de-jogo.

O ascendente benfiquista dava a Mignolet, com duas defesas, o destaque de melhor ao intervalo, com um GoalPoint Rating de 6.3, enquanto do lado luso o melhor era também o seu guarda-redes, Vlachodimos, com 6.1.

A segunda metade começou com mais uma flagrante falhada por Gonçalo Ramos (0,6 xG), mas o atacante redimiu-se pouco depois, ao conquistar uma grande penalidade por falta de Jack Hendry. João Mário (51′) não desperdiçou o castigo máximo, ao décimo remate benfiquista, terceiro enquadrado.

O golo deu ao Benfica a tranquilidade necessária para controlar o jogo a seu bel-prazer, com passes curtos, jogo pausado, mas ainda assim com muitos lances de perigo, que podiam ter dilatado a vantagem.

As entradas de Gonçalo Guedes e David Neres baralhavam as marcações dos belgas, que só a partir do minuto 80 começaram a sacudir a pressão e a causar perigo, em busca do empate.

Porém, foi o Benfica a ampliar, aos 88 minutos, com Neres a roubar a bola a Bjorn Meijer, a isolar-se e a não desperdiçar. Estava encontrado o vencedor, embora Neres ainda tenha feito mais um, mas anulado por posição irregular.

Melhor em campo

Uma exibição em crescendo de Álex Grimaldo que, após a entrada de David Neres no segundo tempo, pôde explorar como gosta o corredor esquerdo e causar muitos problemas.

Grimaldo foi o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 6.9, com destaque para uma ocasião flagrante criada em dois passes para finalização, três ações defensivas no meio-campo contrário e quatro interceções. A nota acaba afetada negativamente pelos quatro dribles consentidos, três no primeiro terço.

Destaques do Benfica

Odysseas Vlachodimos 6.5

O guarda-redes do Benfica foi muito importante para travar os intentos adversários nas raras vezes em que a defesa “encarnada” não filtrava jogo. O grego fez somente uma defesa, mas que evitou 0,5 golos (defesas – xSaves), somando ainda três saídas pelo solo eficazes.

Nicolás Otamendi 6.5

Excelente jogo do argentino, no posicionamento, na liderança, na leitura de jogo. Dono de 68 passes certos em 76, criou uma ocasião flagrante, ganhou três de cinco duelos aéreos defensivos e registou seis recuperações de posse.

Florentino Luís 6.4

Enorme desempenho defensivo do médio benfiquista, que recuperou oito vezes a posse e somou 12 ações defensivas, com destaque para quatro desarmes e cinco interceções (ambos máximos). Os cinco dribles consentidos, dois no primeiro terço, reduzem-lhe a nota.

David Neres 6.3

Belíssima entrada em campo do brasileiro para os últimos 25 minutos. Ao início perdeu algumas posses, mas a sua velocidade e imprevisibilidade deram cabo da defesa belga. Excelente a forma como roubou a bola e marcou o segundo golo benfiquista.

Chiquinho 6.2

Mais um belo jogo do médio, que parece ter pegado de estaca. Chiquinho rematou três vezes, duas de fora da área, recuperou nove vezes a posse e somou quatro desarmes (máximo com Florentino e Lang).

João Mário 6.1

Mais um golo, este de grande penalidade, e um jogo muito positivo de João Mário. O médio criou ainda uma ocasião flagrante, em três passes para finalização, realizou um passe de ruptura e só não tem melhor nota porque perdeu quatro vezes a posse no primeiro terço e consentiu quatro dribles, três também no terço defensivo.

Alexander Bah 6.1

O dinamarquês criou uma ocasião flagrante, fixou o máximo de ações com bola (103) e completou três de quatro tentativas de drible. De negativo os 15 passes falhados (segundo valor mais alto) e os dois dribles consentidos no primeiro terço.

António Silva 5.8

Não comprometeu, mas já vimos melhores desempenhos do jovem central que, ainda assim, fixou o máximo de passes certos (69) e fez oito recuperações de posse.

Destaques do C. Brugge

Noa Lang 6.0

Um dia após Rafael Leão fixar o máximo de dribles eficazes (9) num jogo da Champions desta temporada, o atacante neerlandês do Brugge fulminou essa marca, atingindo 12 dribles completos em 16 tentativas. Impressionante.

Brandon Mechele 6.0

Jogo sólido do central belga, que ganhou cinco de seis duelos aéreos e acumulou 13 ações defensivas, entre elas três desarmes e outras tantas interceções.

Simon Mignolet 5.7

Melhor em campo na primeira parte, a nota do experiente guardião acabou por cair devido aos golos, terminando com apenas duas defesas.

Resumo do jogo

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