Cinco processos disciplinares a professores. Quem se mete com um, “mete-se com todos”

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José Sena Goulão / Lusa

André Pestana, líder do Sindicato de Todos os Professores / STOP

O Sindicato de Todos os Professores afirmou esta quinta-feira haver “pelo menos” cinco delegados sindicais alvo de processos disciplinares das escolas onde trabalham, prometendo lutar na justiça para defender os interesses dos docentes.

“Daremos todo o apoio aos colegas que sejam alvo de um processo disciplinar ou que pretendam, de alguma maneira, intentar uma ação quando são alvo destas perseguições nas escolas em que trabalham”, afirmou aos jornalistas a dirigente Carla Piedade.

Questionada sobre se os processos disciplinares significam que há uma perseguição aos delegados sindicais, respondeu: “Há uma questão muito particular com todos os professores que são delegados sindicais do Stop e que tenham tido uma atividade questionadora acerca da falta de gestão democrática nas escolas”.

Em declarações à porta da Escola Básica 2/3 Teixeira de Pascoaes, em Amarante, o Stop denunciou o caso da professora Anabela Magalhães, de 61 anos, delegada sindical, com um processo disciplinar.

A dirigente acentuou que os professores estão a sofrer “represálias” das escolas, dando como exemplos os casos ocorridos em Esmoriz, Lisboa, Setúbal e Aver-o-Mar.

O coordenador do sindicato,  André Pestana, que esteve na manhã desta quinta-feira em Amarante, avisou os “diretores das escolas que fazem assédio” que, “se se metem com um professor, metem-se com todos”.

“Este trabalho de equipa que iniciou a maior luta na educação também se manifesta nestas situações, quando um de nós é assediado”, referiu, prosseguindo: “Não queremos voltar a uma sociedade em que na escola temos aulas de cidadania, mas depois não há democracia, nem liberdade na escola”.

A docente Anabela Magalhães, a quem foi instaurado o processo disciplinar, disse aos jornalistas desconhecer o que motivou aquele procedimento, e denunciou que neste ano letivo já viu os seus horários mudados quatro vezes, sem saber o motivo, sentindo-se prejudicada por isso.

A semana passada, o Stop anunciou que iria avançar com ações judiciais contra as escolas que estão “a perseguir e a assediar os seus delegados sindicais”.

“O nosso departamento jurídico está a apoiar estes professores e, neste momento, estamos a reunir prova para avançar com uma ação judicial nos casos em que esses docentes assim o desejem”, revelou André Pestana.

O coordenador do Stop revelou esta intenção numa ação de protesto na escola de Esmoriz, no distrito de Aveiro, destinada a apoiar Branca Dias, professora de História, que se diz vítima de intimidação desde que assumiu o cargo de delegada do Stop, em dezembro de 2022.

Para o líder do Stop, o caso da professora de Esmoriz, distingue-se dporque, entre os docentes com responsabilidades sindicais alegadamente vítimas de assédio laboral e moral, essa é “a única que não tem medo de dar a cara“, até porque “tem um ‘email’ a demonstrar como a coordenadora da escola a ameaçou”.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Os liberais/maçonaria estão a destruir as Escolas e Universidades Públicas, é preciso implementar os despedimentos na Função Pública (FP), proibir os sindicatos e o sindicalismo em todos os sectores do Estado, e obrigar os Funcionários Públicos desde o topo da cadeia hierárquica até à base a declarar se colaboram/pertencem à Maçonaria ou a outras sociedades secretas (Jesuítas, Opus Dei, etc.)

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