Cigarro electrónico é mais eficaz do que adesivo para parar de fumar

Michael Dorausch / Wikimedia

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Fumadores que usam os cigarros electrónicos com o objectivo de deixar de fumar têm mais possibilidades de se livrar do vício do que aqueles que usam apenas a força de vontade ou terapias de reposição de nicotina – como adesivos ou pastilhas elásticas, de acordo com um novo estudo.

A pesquisa, realizada no Reino Unido, analisou dados de seis mil fumadores e constatou que um quinto conseguiu parar com a ajuda de cigarros electrónicos. O índice foi 60% maior do que o atingido por aqueles que não usaram os aparelhos, revelou o estudo.

A equipa da Universidade College London, responsável pelo estudo, afirmou que os cigarros electrónicos podem ter um papel “cautelosamente positivo”.

O uso de cigarros electrónicos cresceu nos últimos tempos. A organização Action on Smoking and Health estima que mais de dois milhões de pessoas usem o produto – o triplo de há dois anos.

Metade dos fumadores activos também já experimentou o produto, comparado com 8% em 2010.

O cigarro electrónico é um equipamento que substitui a combustão do tabaco e de outras substâncias pela queima de nicotina líquida, transformando-a em vapor. O fumador pode escolher o nível de concentração da substância e os ingredientes que quer misturar ao produto.

Contudo, a utilização dos cigarros electrónicos permanece controversa. O governo do País de Gales, por exemplo, quer restringir a sua utilização em locais públicos.

Apelo generalizado

O especialista Robert West – uma das maiores autoridades britânicas na área – diz que os “cigarros electrónicos podem melhorar substancialmente a saúde pública devido ao seu apelo generalizado e às grandes vantagens na saúde associados a deixar de fumar”.

Mas West apontou também que, apesar das descobertas, de longe, a forma mais eficaz é utilizar os serviços do NHS (órgão britânico equivalente ao SNS português) para parar de fumar. Triplicariam as possibilidades de parar de fumar se comparadas a serviços de reposição de nicotina sem ajuda de especialistas.

“Alguns especialistas em saúde pública expressaram a preocupação de que o uso generalizado dos cigarros electrónicos poderia tornar o hábito de fumar novamente normal. Mas nós estamos a seguir o assunto de perto e não encontramos evidências disso.”

“As taxas de uso do cigarro em Inglaterra estão a cair, as taxas de pessoas que param de fumar estão a subir e o uso regular de cigarros electrónicos entre pessoas que nunca fumaram é desprezível”.

Os cigarros electrónicos não são fornecidos pelo serviço de saúde britânico, mas a agência de saúde pondera regularizá-los como remédios a partir de 2016.

West afirmou que é muito cedo para dizer se, e quais cigarros electrónicos poderiam ser disponibilizados, uma vez que é necessário fazer mais pesquisas sobre a segurança do seu uso a longo prazo.

Contudo, West afirma que, pelo que se descobriu até hoje, os vapores do cigarro electrónico são menos nocivos que os do cigarro normal.

ZAP / BBC

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