Há mais de uma década, investigadores norte-americanos provaram que as transfusões de sangue de jovens podiam rejuvenescer cérebro e músculos envelhecidos, mas não conseguiram explicar o mecanismo. Uma equipa chinesa encontrou recentemente a resposta.
De acordo com um artigo do Confidencial, publicado na quarta-feira, os investigadores Tony Wyss-Coray e Saul Villeda, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos (EUA), foram os percursores na investigação em causa.
Agora, uma equipa liderada Ma Shuai, investigador da Academia Chinesa de Ciências em Pequim e principal autor do estudo publicado recentemente na Cell, desenvolveu um novo sistema para revitalizar ratos mais velhos, conetando cirurgicamente o seu sistema circulatório ao de roedores mais jovens.
Nesta investigação, os cientistas desenvolveram ainda mais uma técnica designada parabiose heterocrónica, que capitaliza o poder revitalizante do sangue jovem. Com recurso a esta técnica, a equipa conseguiu isolar mais de 164 mil células de sete órgãos diferentes e estudar a sua evolução durante um período de cinco anos.
Embora a técnica já fosse conhecida desde a década de 1950, o mecanismo que leva o sangue jovem a rejuvenescer os corpos envelhecidos permanecia um mistério.
A pesquisa revelou que a exposição ao sangue velho pode acelerar o envelhecimento de vários órgãos, tecidos e tipos de células de um rato jovem, enquanto a exposição ao sangue jovem pode rejuvenescer um roedor mais velho.
Segundo os investigadores, as mudanças acontecem visando as células estaminais indiferenciadas e os seus nichos em tecidos envelhecidos.
O processo de envelhecimento envolve a degeneração sistémica de tecidos e órgãos, caraterizada por uma redução gradual e pelo declínio da capacidade regenerativa do organismo.
Estas descobertas, indicaram os cientistas, fornecem dados para novas pesquisas sobre potenciais terapêuticas para a intervenção no envelhecimento.