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Cientistas criaram minicérebros em laboratório (que desenvolveram “olhos”)

Gabriel et al., Cell Stem Cell, 2021

Organóides cerebrais com copos óticos no 60.º dia de desenvolvimento

Minicérebros cultivados em laboratório a partir de células estaminais desenvolveram espontaneamente estruturas oculares.

Segundo o Science Alert, dois corpos óticos foram observados a crescer nos minicérebros, refletindo o desenvolvimento das estruturas oculares em embriões humanos.

“O nosso trabalho destaca a notável capacidade dos organóides cerebrais de produzir estruturas sensoriais primitivas sensíveis à luz e que abrigam tipos de células semelhantes às encontradas no corpo humano”, disse o neurocientista Jay Gopalakrishnan, do University Hospital Düsseldorf, na Alemanha.

Os minicérebros são pequenas estruturas tridimensionais cultivadas a partir de células estaminais pluripotentes induzidas, isto é, células colhidas de humanos adultos que têm o potencial de crescer em muitos tipos diferentes de tecido. Neste caso, as células estaminais foram induzidas a crescer em bolhas de tecido cerebral.

No passado, a produção de copos óticos a partir de células estaminais concentrava-se na produção da retina pura. Até agora, os copos óticos e outras estruturas retinais 3D não haviam sido funcionalmente integrados nos minicérebros.

Neste trabalho, os minicérebros formaram copos óticos, que apareceram em 30 dias e amadureceram como estruturas visíveis em 50 dias. Este período de tempo é consistente com o do desenvolvimento da retina no embrião humano.

Os copos óticos apresentavam diferentes tipos de células da retina, que se organizavam em redes neurais que respondiam à luz e até continham lentes e tecido da córnea. As estruturas também exibiram conectividade retiniana com regiões do tecido cerebral.

Dos 314 organóides cerebrais, 73% desenvolveram copos óticos. O objetivo da equipa é desenvolver estratégias para manter estas estruturas viáveis em escalas de tempo mais longas para a realização de investigações mais aprofundadas.

O artigo científico foi publicado este mês na Cell Stem Cell.

ZAP //

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