Cientistas encontram reservatórios gigantes de magma escondidos na Cordilheira das Cascatas

Uma nova investigação “destapou” reservatórios gigantes de magma que estão escondidos por baixo de vulcões adormecidos na Cordilheira das Cascatas.

Os cientistas têm tentado entender, desde há muitos anos, se o magma pode persistir na crosta superior sob os vulcões durante longos períodos ou se se desloca para estas regiões pouco profundas pouco antes de uma erupção.

O novo estudo, publicado recentemente na Nature Geoscience, sugere que, pelo menos na Cordilheira das Cascatas, na América do Norte, estes reservatórios de magma duram milhares de anos sem provocar uma erupção.

“Independentemente da frequência das erupções, vemos grandes corpos de magma por baixo de muitos vulcões. Parece que estes corpos de magma existem debaixo dos vulcões durante toda a sua vida, e não apenas durante um estado ativo”, disse, em comunicado, o líder da investigação, Guanning Pang, da Universidade de Cornell.

Através das estações de monitorização sísmica do U.S. Geological Survey nas Montanhas Cascade, as ondas de terramotos distantes foram seguidas à medida que viajavam por baixo do Monte St. Helens, do Monte Rainier, do Pico Lassen e de outros vulcões próximos.

Como refere a Live Science, notou-se um abrandamento consistente da velocidade das ondas do terramoto – por vezes até 70% – sob os cumes vulcânicos. As ondas movem-se mais lentamente através de líquidos do que através de sólidos, pelo que as descobertas sugerem que grandes reservatórios de magma se escondem a cerca de 5 a 15 quilómetros abaixo da superfície de quase todos os locais.

Apenas o Three Sisters e o Monte Shasta não apresentaram padrões semelhantes – o que, segundo a equipa, pode ser explicado pela falta de medições sísmicas. Até porque inflação do solo perto de Three Sisters nos últimos anos sugere que há magma a mover-se na área – notaram.

As câmaras de magma descobertas no estudo atual não estão, no entanto, preparadas para causar desastres; estando apenas parcialmente derretidas, sem porção líquida suficiente para desencadear uma erupção.

Como notam os investigadores, a Cordilheira da Cascatas é particularmente bem monitorizada. No entanto, há poucos indícios do que se passa por baixo da maior parte dos vulcões do mundo.

“Se tivéssemos uma melhor compreensão geral do local onde se encontra o magma, poderíamos fazer um trabalho muito melhor de orientação e otimização da monitorização”, apontou Geoffrey Abers, da Universidade de Cornell, no comunicado, que fez parte do novo estudo.

ZAP //

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