No panorama climático atual fala-se muito de carbono, captura e armazenamento. No entanto, nem sempre dá bons resultados.
Ainda em janeiro, a gigante petrolífera Shell’s Quest, concebida para capturar as emissões de carbono das operações de areias petrolíferas e armazená-las no subsolo para reduzir as emissões de carbono, verificou que produzia mais emissões do que aquelas que capturava, segundo a Interesting Engineering.
Na verdade, o carbono, a captura, e o armazenamento são difíceis de acertar. Mas os cientistas do MIT estão a oferecer algumas orientações sobre como efetuar este processo de forma eficaz, de acordo com um artigo divulgado pela instituição.
O MIT divulgou algumas ideias sobre o que seria necessário para o mundo manter as temperaturas globais dentro dos limites considerados seguros pelo Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas.
“Se quisermos estar perto desses limites [de 1,5 ou 2 C], então temos de ser neutros em carbono até 2050, e depois disso negativos em carbono”, disse Matěj Peč, um geocientista e o Professor Assistente de Desenvolvimento de Carreira da Victor P. Starr, no Departamento de Ciências da Terra, Atmosféricas, e Planetárias (EAPS).
Peč desenvolveu uma proposta para o concurso Advanced Carbon Mineralization Initiative do MIT, e o que sugere é bastante impressionante.
O investigador tem planos ambiciosos para juntar geólogos, químicos e biólogos e criar uma forma de acelerar o processo pelo qual o carbono bombeado no subsolo é transformado em rocha, tornando o processo de armazenamento permanente de carbono no subsolo viável, sob diferentes condições geológicas.
O especialista também pretende investigar as melhores áreas possíveis para conduzir estes processos de forma eficaz.
“É isso que a geologia tem para oferecer“, disse Peč. “Procura os locais onde se pode armazenar de forma segura e permanente estes enormes volumes de CO2”.
Peč chamou à maioria das iniciativas atuais de captura e armazenamento de carbono “infernalmente complicadas”.
O investigador espera que a sua proposta para o desafio climático identifique formas de fazer a mineralização acontecer mais rapidamente, misturando o dióxido de carbono com diferentes fluidos, antes de o injetar no subsolo. Se for bem sucedida, poderá revolucionar a forma como lidamos com as emissões de carbono.