Cientistas descobrem o par de buracos negros supermassivos mais épico de sempre

NOIRLab/NSF/AURA/J. daSilva/M. Zamani

Sistema binário supermassivo de buracos negros (conceito artístico)

Este sistema binário de buracos negros supermassivos tem a maior massa de todos o que foram descobertos até hoje.

Um novo estudo publicado na The Astrophysical Journal relata a descoberta do par de buracos negros supermassivos com a maior massa já identificado, alojado numa galáxia a 750 milhões de anos-luz de distância da Terra, denominada B2 0402+379.

Com uma massa combinada impressionante de 28 mil milhões de vezes a massa do Sol, este par supera qualquer outro binário de buracos negros.

Este achado fornece uma oportunidade única para os cientistas estudarem o processo de crescimento dos buracos negros até atingirem tamanhos supermassivos, um fenómeno ainda envolto em mistério.

Embora seja conhecido que buracos negros estelares possam crescer ao colidir uns com os outros, formando objetos de grande massa, o mecanismo exato que permite que os buracos negros atinjam proporções supermassivas permanece incerto, relata o Science Alert.

O par em B2 0402+379 destaca-se não apenas pelo seu tamanho, mas também pelas propriedades peculiares que apresentam.

Esta galáxia pode ser um exemplo perfeito do “problema do parsec final“, uma teoria que sugere que buracos negros em pares estabilizam a sua órbita a uma distância de cerca de um parsec (cerca de 3,26 anos-luz, ou 206 mil U.A., ou seja, 30,9 biliões de km), impedindo-os de se fundirem devido à falta de estrelas próximas para transferir o seu momento orbital.

B2 0402+379, que resultou da fusão de um aglomerado de galáxias, possui um binário de buracos negros supermassivos com uma distância entre si de 7.3 parsecs, ou cerca de 24 anos-luz.

Análises indicam que a sua órbita estagnou, mantendo-se estável durante aproximadamente 3 milhões de anos. Esta estabilidade sugere que o processo de ejeção de estrelas das suas proximidades pode ter esgotado as opções para perderem mais momento orbital, deixando-os “presos”.

A equipa de pesquisa sugere que material adicional, resultante de uma possível futura fusão galáctica, poderia reativar a órbita, embora todas as galáxias do aglomerado inicial já tenham se fundido para formar B2 0402+379.

Ainda assim, existe a possibilidade de haver material dentro da própria galáxia que poderia ajudar a impulsionar os buracos negros para uma eventual fusão.

ZAP //

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