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Cientistas descobrem “interruptor” no cérebro. A obesidade a um passo da cura

A obesidade pode ter uma “cura”. Investigadores da Universidade de Monash, na Austrália, descobriram um “interruptor” no cérebro que diz ao corpo para queimar gordura após uma refeição.

Uma equipa de investigadores identificou como o cérebro administra a insulina, uma hormona sintetizada pelo pâncreas que metaboliza os açúcares no sangue e coordena o gasto e a conservação de energia.

Em janeiro deste ano, uma equipa de biólogos do Instituto de Pesquisa Scripps, nos Estados Unidos, tinha já identificado uma hormona cerebral que avisa o corpo para queimar gordura no intestino.

Agora, cientistas da Universidade de Monash, na Austrália, conseguiram determinar pela primeira vez qual é o mecanismo do cérebro que estimula o corpo a armazenar gordura, ou seja, o “interruptor” que diz ao corpo para “queimar gordura” depois de uma refeição. A pesquisa foi publicada a semana passada na revista Cell Metabolism.

O segredo está nas células adiposas brancas e castanhas, onde é armazenada a gordura os chamados adipócitos, ou células adiposas. Os adipócitos brancos são a gordura que “insiste” em se acumular nos quadris ou no abdómen, e que é culpada de grande parte das doenças cardíacas e por prejudicar a circulação sanguínea.

a “gordura castanha” é considerada uma gordura boa, porque contribui para a combustão das calorias e, consequentemente, estimula o emagrecimento. Estudos prévios demonstraram que pessoas com tecido adiposo castanho têm mais facilidade em emagrecer e não ganham peso com tanta facilidade.

Um dos segredos do ganho e da perda de peso é que a gordura, fica nas células brancas quando é armazenada, e muda para as castanhas quando é usada como estímulo ao gasto de energia – e vice-versa.

Segundo os autores do estudo, em pessoas obesas, o interruptor que liga e desliga a chave de branca para castanha permanece o tempo todo em “modo de armazenamento”.

“O que os nossos resultados demonstraram é que existe um mecanismo fundamental que garante que o gasto de energia seja coordenado com o consumo”, diz o autor principal do estudo, Garron Dodd, ao Science Daily.

“Durante muito tempo, porquê isso ocorre era a peça que faltava no quebra-cabeça. Mas nós mostrámos não apenas porque é que isso acontece, mas também o mecanismo envolvido. É muito emocionante”, acrescenta o cientista.

Os cientistas ainda estão a estudar como é que podem reprogramar esse “interruptor” para estimular o gasto de energia e a perda de peso em pessoas obesas, mas olham para a descoberta com optimismo, dado o crescimento do número de pessoas com obesidade no mundo e a gravidade dos problemas de saúde causadas pelo excesso de peso.

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