Uma nova investigação mostra a primeira evidência de ventos fortes em torno de buracos negros ao longo de eventos explosivos e brilhantes nos quais os buracos negros consomem massa rapidamente.
O estudo lança nova luz sobre o modo como a massa é transferida para os buracos negros e como podem afetar o ambiente em seu redor.
“Os ventos devem expelir uma grande fração da matéria que um buraco negro podia comer”, comenta Bailey Tetarenko, estudante de doutoramento da Universidade de Alberta e autora principal do estudo. “Num dos nossos modelos, os ventos removeram 80% da potencial refeição do buraco negro.”
A investigação foi realizada por uma equipa internacional de investigadores liderada por Tetarenko e cientistas do Departamento de Física da Universidade de Alberta.
Ao examinarem 20 anos de dados de três agências espaciais internacionais, os cientistas usaram novas técnicas estatísticas para estudar explosões oriundas de sistemas binários de raios-X compostos por buracos negros de massa estelar. Viram evidências de ventos consistentes e fortes em redor de buracos negros durante as explosões. Até agora, os ventos fortes só haviam sido vistos em partes limitadas destes eventos.
Também observaram que os buracos negros de massa estelar têm a capacidade de consumir tudo até um raio de três a 150 km, dependendo do seu tamanho.
“Nem mesmo a luz pode escapar tão perto de um buraco negro”, explica Gregory Sivakoff, professor associado de física e coautor do artigo. Outros buracos negros, muito maiores, chamados buracos negros supermassivos, parecem ter afetado a formação de galáxias inteiras.
“Mas até os buracos negros supermassivos são mais pequenos que o nosso Sistema Solar. Embora sejam pequenos, os buracos negros podem ter efeitos surpreendentemente amplos”, explica Sivakoff.
Então, o que exatamente provoca estes ventos no espaço? Por enquanto, continua um mistério.
“Pensamos que os campos magnéticos desempenham um papel fundamental. Mas precisamos de investigar muito mais para compreender estes ventos”, comenta Craig Heinke, professor associado de física e coautor.
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