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Cientistas descobrem a galáxia com oxigénio mais distante do Universo

NAOJ

Esta galáxia alberga muitas estrelas jovens brilhantes, que ionizam o gás existente tanto no interior da galáxia como à sua volta.

Esta galáxia alberga muitas estrelas jovens brilhantes, que ionizam o gás existente tanto no interior da galáxia como à sua volta.

Uma equipa de astrónomos conseguiu detetar oxigénio brilhante numa galáxia distante – a porção de oxigénio mais distante do Universo já encontrada até hoje.

A galáxia SXDF-NB1006-2 está localizada a 13,1 mil milhões de anos-luz do planeta Terra, uma distância tão grande que permite aos cientistas verem a galáxia como ela era apenas 700 milhões de anos após o Big Bang, com um desvio para o vermelho de 7,2.

A descoberta da SXDF-NB1006-2 foi realizada por uma equipa formada por cientistas japoneses, suecos e britânicos, com o auxílio do ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array), e pode ser útil nos estudos sobre a chamada fase de reionização cósmica do Universo.

Antes de começarem a formar-se objetos no Universo, este era repleto de energia de gás neutro.

Contudo, entre 200 e 400 milhões de anos após o Big Bang, esses objetos começaram a emitir luz através de radiação, o que começou a ionizar os gases – a referida fase de reionização cósmica, visto que a ionização original aconteceu até cerca de 380 mil anos depois da grande explosão.

No entanto, pouco se sabe sobre o período de reionização, que durou até o Universo ter cerca de mil milhões de anos. A observação desta nova galáxia pode trazer algumas respostas.

“Procurar por elementos pesados no Universo jovem é uma abordagem essencial para explorar a atividade de formação de estrelas daquele período”, afirma Akio Inoue, da Universidade Osaka Sangyo, do Japão, principal autor do estudo publicado na revista científica Science.

“Estes elementos também nos dão pistas para compreender como as galáxias foram formadas e o que causou a reionização cósmica”, conclui o investigador.

A pesquisa

Os investigadores usaram o observatório Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), localizado no Chile, para realizar simulações computadorizadas a fim de descobrir se seria possível observar indícios de oxigénio ionizado.

Os cientistas observaram também algumas galáxias mais próximas da Terra e concluíram que essas emissões de oxigénio poderiam ser detetadas mesmo a distâncias muito maiores.

Foi assim que descobriram a SXDF-NB1006-2 e encontraram evidências da presença de oxigénio mesmo em fases muito jovens do Universo.

Segundo os investigadores, o gás encontrado na galáxia distante é cerca de 10 vezes menos abundante do que no Sol.

“A pequena quantidade é esperada porque o Universo ainda era jovem e tinha um breve histórico de formação de estrelas naquela altura”, afirma Naoki Yoshida, da Universidade de Tóquio. “Algo pouco comum pode ter acontecido com esta galáxia. Suspeito que quase todo aquele gás é altamente ionizado”, conclui

Como a SXDF-NB1006-2 tem pouca poeira, a sua intensa luz ultravioleta pode escapar e ionizar uma quantidade considerável de gás do lado de fora da galáxia.

Akio Inoue acredita que a recém-descoberta “poderia ser um protótipo das fontes de luz responsáveis pela reionização cósmica”.

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