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Cientistas curaram a diabetes em ratos com células estaminais humanas

theglobalpanorama / Flickr

Recorrendo a células estaminais humanas, uma equipa de cientistas nos Estados Unidos conseguiu eliminar os efeitos da diabetes em ratos de laboratório.

Em comunicado, os cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, explicaram que converteram células estaminais humanas em células secretoras de insulina que foram posteriormente enxertadas nas cobaias.

Os cientistas conseguiram assim controlar os níveis de açúcar nos animais que receberam estas células, ficando estes curados da patologia durante pelo menos nove meses.

“Estes ratos tinham diabetes num estado já muito grave, registando leituras de açúcar no sangue de mais de 500 miligramas por decilitro de sangue – níveis que podem ser fatais para uma pessoa -, e quando demos às cobaias células secretoras de insulina, os seus níveis de glicose voltaram ao normal e ficaram assim durante muitos meses”, disse Jeffrey R. Millman, investigador principal do estudo, citado na mesma nota de imprensa.

Há vários anos, a mesma equipa descobriu como converter células estaminais humanas em células beta pancreáticas que produzem insulina.

Quando estas células encontram açúcar no sangue, secretam insulina.

Ainda assim, as investigações levadas a cabo anteriormente tinham algumas limitações, uma vez que não conseguiam controlar a doença nas cobaias nem curá-la.

Nova técnica produz mais células beta

Agora, os cientistas desenvolveram uma nova técnica capaz de converter células estaminais humanas de forma mais eficiente em células produtoras de insulina, que podem controlar os níveis de açúcar e até dizimar a doença.

“Um problema comum quando estamos a tentar transformar uma célula estaminal humana numa célula beta produtora de insulina – ou um neurónio numa célula do coração – é que também produzimos outras células que não queremos (…) No caso das células beta, podemos obter outros tipos de célula do pâncreas ou do fígado”, explicou.

As células hepáticas e do pâncreas não são prejudiciais quando implantadas em cobaias, mas também não combatem a diabetes.

“Quanto mais células foram do alvo forem criadas, menos células terapeuticamente relevantes conseguimos. Precisamos de mil milhões de células beta para curar uma pessoa com diabetes. Mas se um quarto das células que produzimos for, na verdade, células do fígado ou do pâncreas em vez de células beta, então precisaremos de 1,25 mil milhões de células. E isso torna a cura da doença 25% mais difícil”.

A nota técnica, continuou, permite produzir mais células beta, sendo que estas células funcionam melhor nas cobaias, algumas das quais ficaram curadas por mais de um ano.

Millman reconhece que o caminho é ainda longo até ser possível replicar esta técnica em humanos, mas frisa que esta é uma descoberta importante para o campo.

Os resultados da investigação foram recentemente publicados na revista científica especializada Nature Biotechnology.

Todos os dias são diagnosticadas 200 pessoas com diabetes em Portugal, segundo números avançados pela Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal.

Portugal tem três milhões de pessoas com diabetes ou pré-diabetes, o que representa 40% da população portuguesa, sendo um dos países da União Europeia com mais pessoas com esta doença, que mata uma pessoa no mundo a cada oito segundos.

SA, ZAP //

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