Um grupo de engenheiros e cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), nos Estados Unidos, desenvolveu uma pele artificial que é sensível ao calor e ao frio.
Os cientistas inspiraram-se no modo como as cobras percebem a aproximação das presas, e criaram uma espécie de sensor de calor. O revestimento flexível e transparente é feito de pectina, um material gelificante, e hidrogel.
Até agora, o material consegue detetar apenas variações de temperatura entre 5ºC e 50ºC, mas os especialistas pretendem aumentar o limite de sensibilidade para até 90ºC.
Luca Bonanomi, um dos autores do artigo, explica que quando a pele é danificada, a capacidade de deteção de calor é reduzida ou até mesmo completamente perdida – e este novo material pretende arranjar uma solução.
“O desafio por trás da engenharia de peles eletrónicas artificiais é restaurar, em próteses, a sensação de pressão, contacto e temperatura, para permitir uma melhor interação com o mundo”, adiantou o especialista.
Segundo o estudo divulgado na revista Science Robotics, para além de poder ser utilizado em intervenções médicas, o novo produto poderá também ser usado para aperfeiçoar tarefas executadas por robôs.
Para os especialistas, “tal como as cobras usam essa capacidade de deteção térmica para detetar as suas vítimas, os robôs poderão detetar quando há humanos por perto e tomar as precauções adequadas”.
A ideia é aplicar a pele artificial como um revestimento sobre o corpo inteiro de um robô, gerando uma “visão térmica” de 360º, de modo a que os robôs possam andar sem esbarrar contra as pessoas ou até mesmo localizar humanos debaixo de escombros.