Na que é a primeira iniciativa do género no mundo, cientistas que trabalham na Grande Barreira de Corais da Austrália testaram com sucesso um novo método para congelar e armazenar larvas de corais que — ação que pode ajudar a restaurar os recifes selvagens ameaçados pelas alterações climáticas.
Os cientistas estão há décadas a lutar para proteger os recifes de corais à medida que o aumento das temperaturas dos oceanos desestabiliza ecossistemas sensíveis.
A Grande Barreira de Corais sofreu quatro grandes eventos de branqueamento nos últimos sete anos — o primeiro dos quais durante uma ocorrência do La Niña, fenómeno que habitualmente traz temperaturas mais baixas.
Corais congelados criogenicamente podem ser armazenado e posteriormente reintroduzidos na natureza, mas o processo atual requer equipamentos sofisticados, incluindo lasers.
Agora, uma equipa de cientistas australianos desenvolveu um novo método com custos mais baixos — e que consegue melhores resultados a preservar os corais.
Num teste de laboratório realizado este mês no Instituto Australiano de Ciências Marinhas (AIMS), os cientistas usaram o novo método para congelar larvas de corais.
No teste, o primeiro do mundo a atuar na Grande Barreira de Corais, as larvas foram recolhidos numa altura que coincidiu com a breve janela anual de desova.
“Se pudermos proteger a biodiversidade dos corais, então teremos ferramentas para o futuro, para realmente ajudar a restaurar os recifes e essa tecnologia é uma verdadeira virada de jogo”, afirmou Mary Hagedorn, investigadora do Instituto de Preservação e Biologia / AIMS, à Agência Reuters.
O congelamento tinha sido previamente testado em variantes de diferentes tamanhos de corais havaianos, e um teste com uma variante maior falhou. Os estudos prosseguiram agora com variedades maiores de corais da Grande Barreira.
Esta nova técnica, inicialmente desenvolvida por uma equipa da Universidade do Minesota, nos Estados Unidos, “vai permitir-nos intervir em larga escala para proteger ambientes marinhos desprotegidos”, disse Jonathan Daly, investigador da Taronga Conservation Society da Austrália.