Os cientistas podem finalmente ter descoberto como as trombas dos elefantes evoluíram

As alterações climáticas e mudanças nos habitats dos elefantes explicam a evolução das suas impressionantes e ágeis trombas.

Um novo estudo publicado na eLife ofereceu novas perspetivas sobre como os elefantes, os maiores animais terrestres vivos da Terra, evoluíram as suas distintas e versáteis trombas. A pesquisa sugere que as alterações climáticas desempenharam um papel significativo neste processo evolutivo.

As trombas dos elefantes são feitos notáveis da biologia evolutiva, combinando força, destreza e flexibilidade. Podem estender-se por mais de 2 metros e são compostas por mais de 40 mil músculos e fibras nervosas individuais. Estas trombas são capazes de levantar objetos que pesam mais de 270 quilos, mas são delicadas o suficiente para apanhar um único amendoim.

A evolução das trombas dos elefantes tem intrigado os cientistas devido à falta de tecidos moles fossilizados, como músculos e pele, tornando difícil rastrear as formas iniciais da tromba. No entanto, este novo estudo dá pistas sobre as pressões ambientais e biológicas que levaram ao seu desenvolvimento, relata o Live Science.

O estudo analisou três principais famílias de mamíferos semelhantes a elefantes que viveram no norte da China há cerca de 11 a 20 milhões de anos: Amebelodontidae, Choerolophodontidae e Gomphotheriidae. Os investigadores compararam a sua fisiologia, concentrando-se em como as suas estratégias de alimentação e ecossistemas influenciaram a sua evolução física.

A equipa de pesquisa realizou simulações matemáticas do movimento da mandíbula e analisou o esmalte dentário para entender os seus hábitos alimentares e habitats.

Os resultados indicaram que os Choerolphontidae viviam em florestas densas e tinham mandíbulas adequadas para cortar folhagem horizontal, sugerindo trombas mais primitivas.

Em contraste, Gomphotheriidae e Amebelodontidae, que habitavam ambientes mais abertos como savanas, tinham mandíbulas adaptadas para cortar plantas de crescimento vertical. As áreas do crânio nasal assemelhavam-se aos elefantes modernos, indicando trombas mais avançadas e capazes de ações de enrolar e agarrar.

O estudo propõe que a transição para a pastagem em terrenos abertos por estes elefantes pré-históricos facilitou a evolução das sofisticadas trombas observadas nos elefantes atuais. Também explica por que animais de floresta como os tapires têm trombas menos desenvolvidas.

Os investigadores concluíram que, à medida que estes elefantes pré-históricos se adaptaram a ambientes em mudança, as suas trombas tornaram-se mais fortes e flexíveis, levando à perda de mandíbulas longas e ao desenvolvimento das trombas notáveis que vemos hoje.

ZAP //

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