/

Afinal, o ferro interestelar não está perdido. Está mascarado

Uma equipa de cosmoquímicos acaba de encontrar uma explicação para o estranho baixo nível de ferro no espaço interestelar, revela um novo estudo.

Os níveis de ferro são misteriosamente baixos no espaço interestelar, apesar de estes composto ser um dos elementos mais abundantes no Universo. Este é um problema antigo da Astronomia e da Química que um grupo de especialistas da Universidade Estadual do Arizona (ASU), nos Estados Unidos, diz agora ter resolvido.

De acordo com a nova investigação, cujos resultados foram esta semana publicados na revista científica da especialidade Astrophysical Journal, o ferro não está perdido. Na verdade este composto apenas se esconde a olho nu.

Tal como explica a agência Europa Press, o ferro combinou-se com moléculas de carbono para formar cadeias moleculares, as chamadas pseudocarbinosas. Os espectros destas mesmas cadeias são idênticos às cadeias muito mais comuns de moléculas de carbono, conhecidas há muito tempo por serem abundantes no espaço interestelar.

“Estamos a propor uma nova classe de moléculas que, provavelmente, se difundirão no meio interestelar”, explicou Pilarasetty Tarakeshwar, professor da Escola de Ciências Moleculares da ASU e autor do estudo.

Na prática, explicaram, o ferro perdido no meio interestelar não é visível a olho nu, uma vez que se encontra mascarado com moléculas de cadeias de carbono comuns.

“Calculamos como seriam os espectros destas [novas] moléculas e descobrimos que têm assinaturas espectroscópicas quase idênticas às moléculas da cadeia de carbono sem ferro”, disse Tarakeshwar. Por esse mesmo motivo, rematou, “observações astrofísicas anteriores podem ter negligenciado estas moléculas de carbono mais o ferro”.

Os cientistas apontaram ainda que o novo trabalho pode resolver outro desafio antigo. Tal como explicaram, as correntes de carbono com mais de nove átomos são instáveis.

Contudo, observações científicas detetaram moléculas de carbono mais complexas do que estas no espaço interstelar. A forma como as moléculas de carbono complexas se constroem a partir de moléculas de carbono mais simples continua a ser um mistério que a nova investigação pode agora ajudar a esclarecer.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.