Confinamento é maior depois de o imposto aos residentes de Wuhan no início da pandemia.
Os residentes da cidade chinesa de Xi’an — atualmente a viver o maior confinamento aplicado no país desde o que foi imposto à cidade de Wuhan — enfrentam uma situação de carência de alimentos, o que os tem levado a trocar bem materiais por comida com os vizinhos. De acordo com as regras em vigor, os habitantes só podem sair de casa para ser testados à covid-19, sendo essa tarefa ordenada pelas autoridades locais. Estas são as responsáveis por fazer a distribuição de comida porta-a-porta, no entanto, os habitantes queixam-se de que tal não esta a acontecer, ou pelo menos com a frequência devida.
De acordo com o Observador, que cita a BBC, há residentes a propor trocar cigarros por couves, detergentes para a loiça por maças e pensos higiénicos por vegetais. Há ainda relatos de um habitante que sugeriu trocar uma consola Nintendo por nodles e pães. “As pessoas estão a trocar coisas com os vizinhos do mesmo prédio porque já não têm comida suficiente”, afirmou uma mulher.
O confinamento em Xi’an entrou esta segunda-feira na sua segunda semana, a qual trouxe medidas mais restritivas. Anteriormente, um cidadão de cada agregado familiar podia sair para comprar mantimentos, mas tal já não é permitido. A cidade reportou 95 casos de covid-19, uma diminuição face às 150 (ou mais) novas infeções anunciadas entre 25 de dezembro e o final o ano. O objetivo, agora, é atingir o número de zero infeções, a estratégia que as autoridades sanitárias chinesas têm vindo a seguir desde o início da pandemia.
A maioria das situações de falta de alimentos têm sido reportados na plataforma Weibo, uma rede social chinesa semelhante ao Twitter, onde a censura é forte. Segundo o Público, uma conferência de imprensa das autoridades de saúde chinesa transmitida em livestreaming foi inundada de comentários com pedidos de comida, o que levou os responsáveis a cancelar a opção.
Para além da carência de comida, o sistema chinês parece enfrentar também dificuldades na assistência aos doentes que chegam aos hospitais com outras patologias que não a covid-19, o que evidencia um estado de lotação e sobrecarga — algo que ainda não foi confirmado pelo hospital. Na cidade de Xi’an vivem 13 milhões de pessoas.