Na África do Sul, uma equipa de investigadores está a tentar tornar os chifres dos rinocerontes radioativos, usando tecnologia nuclear, para dificultar o comércio de marfim.
O projeto deu o primeiro passo graças a uma equipa da Universidade de Witwatersrand, que conta com a colaboração de uma universidade norte-americana, uma organização australiana e a agência federal russa de energia atómica Rosatom, avança a RFI.
O objetivo é fazer um pequeno buraco nos chifres dos animais e inserir um fragmento radioativo minúsculo, do tamanho de um grão de areia. O processo é indolor, uma vez que não há nervos sensoriais nesta parte do seu corpo.
“O nosso objetivo é reduzir a procura, tornando o chifre menos atraente, porque as pessoas saberão que é potencialmente radioativo“, explicou Ryan Collier, CEO da Rosatom para a África Central e do Sul.
Além disso, como os aeroportos e portos de todo o mundo estão cheios de detetores de radiação, será mais difícil transportar os chifres, aumentando a probabilidade de os traficantes serem detidos.
Atualmente, dois rinocerontes vivos estão a ser usados como cobaias, para os cientistas se certificarem de que o método é seguro para a saúde do animal.
James Larkin, professor da Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo, explicou que a equipa quer ter a certeza que os órgãos internos do animal não são sujeitos à reatividade.
“Nas próximas semanas, vamos colher amostras de sangue e fezes para verificar se não há movimento do produto do chifre para o corpo do rinoceronte”, afirmou, citado pelo The Times. “Por causa da estrutura do chifre, não esperamos ver qualquer movimento nos corpos dos animais.”
Se os resultados forem conclusivos, Larkin fará um anúncio no Dia Mundial do Rinoceronte, em setembro.
Só em 2014, caçadores ilegais mataram 1.215 rinocerontes sul-africanos. Todos os anos, são gastas milhões de libras na proteção dos animais, mas com sucesso limitado: no ano passado, foram registadas 394 mortes.