Chega agradece o “não é não” do PSD

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Tiago Petinga / LUSA

André Ventura e Rui Paulo Sousa (Chega)

Posturas e números do PSD fazem o Chega crescer, acreditam dirigentes do partido liderado por Ventura – que já esperam pela saída de Montenegro.

Há quem acredite que o PSD está a perder seguidores nos últimos anos porque nunca disse literalmente que se afastaria do Chega numa eventual coligação pós-eleitoral.

Aliás, muitos suspeitam que António Costa conseguiu a maioria absoluta nas eleições legislativas de 2022 porque Rui Rio nunca fez essa declaração.

Depois das recentes eleições na Madeira, Luís Montenegro assegurou: “Nós não vamos governar, nem a Madeira, nem o país, com o apoio do Chega, porque não precisamos”.

A parte do “não precisamos” deixou dúvida no ar: e se precisar? O PSD junta-se ao Chega? “Não é não”, respondeu o líder do PSD, na mesma semana.

O Chega não está preocupado com isso. Pelo contrário, até acham que o PSD está a “cavar a sua sepultura“, cita o jornal Observador.

Dentro do partido continua-se a acreditar que, em Portugal, só haverá Governo de direita se o Chega fizer parte desse Executivo.

Além disso, já se espera pelo pós-Montenegro no PSD: acredita-se numa derrota nas eleições europeias, na saída do actual líder – e um regresso de Pedro Passos Coelho seria positivo, já que o antigo primeiro-ministro tem boa relação com André Ventura.

O raciocínio de dirigentes do Chega vai mais além, olhando-se para o futuro. Nesse raciocínio há três vertentes: a insatisfação em relação a Montenegro, as sondagens que mostram que o PSD não cresce o suficiente para governar sozinho e a já mencionada possível saída do seu líder.

Ou seja, o desgaste à volta de Montenegro pode originar a sua saída – e a saída dos dirigentes do PSD que dizem “não é não” ao Chega. O debate sobre uma coligação pós-eleitoral iria voltar.

“Quem vier a seguir pode recuar e aceitar a existência de um acordo”, admitiu um dirigente do Chega, que no entanto assegurou que coligar com PSD nem é assunto, para já.

Voltando às sondagens, há algo que incentiva o Chega: o anúncio público de se afastar de Ventura e companhia não melhora o panorama do PSD nas intenções dos portugueses. O voto útil não chega.

ZAP //

1 Comment

  1. Em tempos cheguei a votar no PSD, mas nas próximas eleições jamais, o senhor Montenegro defende muito as minorias e fala muito nelas, tal como o senhor Costa que os leve para casa deles. O pais esta cheio de imigrantes, já são mais que a população local metam o olhar no que esta acontecer na França que também acolhe tudo. e mais não digo, próximo voto é no Chega.

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